Veja três indicações de cannabis que podem revolucionar a medicina veterinária

Veja três indicações de cannabis que podem revolucionar a medicina veterinária
O uso da cannabis avança na medicina veterinária. (Foto: Pexels)

A medicina veterinária já experimenta o quadro de melhor qualidade de vida nos animais como resultado do uso medicinal da cannabis no tratamento de patologias. De acordo com o Anuário da Cannabis no Brasil (2022), mapeado pela Kaya-Mind, a resolução nº 1138, de 16 de dezembro de 2016, aprovada pelo Código de Ética do Médico Veterinário, autoriza veterinários habilitados a receitar tratamentos que considerem adequados. Podem prescrever, também, remédios controlados para uso humano, com derivados da cannabis.

A médica veterinária Isabela Ribeiro de Lima cita três usos de cannabis em patologias em animais. (Foto: arquivo pessoal)
A médica veterinária Isabela Ribeiro de Lima cita três usos de cannabis em patologias em animais. (Foto: arquivo pessoal)

Neste sentido, a cannabis medicinal está sendo amplamente discutida tanto no âmbito jurídico quanto na medicina humana, é o que afirma a médica veterinária Isabela Ribeiro de Lima. “Na veterinária temos um grande avanço das pesquisas, de artigos científicos, dos livros, falando sobre a eficácia do tratamento com em cães e gatos”, diz Isabela que é habilitada para prescrever medicamentos derivados da planta.

A veterinária relata que as patologias com mais prescrição de cannabis são as relacionadas à dor crônica, a quadros psiquiátricos, animais com agressividade, ansiedade, depressão, bem como quadros de epilepsia, câncer e cuidados paliativos.

Ao portal Sechat, a Dra. Isabela Ribeiro de Lima, cita três usos da cannabis na medicina veterinária:

1. Síndrome Hiperestesia Felina (SFH):

Diagnosticada por exclusão, a síndrome é caracterizada por tremores cutâneos, automutilações e comportamentos compulsivos. O óleo de cannabis pode controlar a dor se associado ao medicamento convencional. “Um gatinho de quatro anos que atendi sentia muitas dores, não brincava, não pulava mais, a dor fazia agravar o quadro psicológico prejudicado. Em cerca de uma semana de tratamento, o tutor percebeu melhora.. Hoje, o animalzinho toma ¼ das medicações que tomava”, relata.

2. Escoliose Canina

O quadro compreende uma série de alterações na coluna vertebral. Quando está bem avançado, o cão sente dores intensas. O óleo de cannabis pode entrar como tratamento isolado, sem precisar da medicação convencional. “Um cão de 14 anos, já idoso, teve uma escoliose talvez por trauma e uma hérnia de disco. Entramos com o óleo para ele. Em quatro dias ele já estava melhor e voltou a comer”, diz.

3. Dermatite Atópica Canina

A dermatite tem caráter genético que acomete, principalmente, os cães. Uma reação de hiperatividade do sistema imunológico em que os sinais clínicos aparecem na pele. Eles passam a apresentar sensibilidade e alergia a ácaros, poeira e pólen, por exemplo. “Ficam com muita coceira, às vezes aparecem até algumas manchas vermelhas e os remédios são caros. Uma cadelinha com essa patologia entrou com tratamento de cannabis, CBD [canabidiol] que pode regular o sistema imunológico, e THC [tetrahidrocanabinol] que tem poder anti-inflamatório. Ela fazia alimentação controlada e ficou bem melhor”, explica a médica veterinária.

“Na veterinária temos um grande avanço das pesquisas, de artigos científicos, dos livros, falando sobre a eficácia do tratamento com em cães e gatos”, diz Isabela.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária já recomendou o uso de substâncias canabinoides para animais e o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento autorizou o registro de produtos à base de canabidiol para uso veterinário. “Então, se você tem um animal com alguma patologia, procure um médico veterinário que seja capacitado, e veja se o seu animal pode se beneficiar com esse tratamento, que pode ocorrer de maneira isolada ou com a terapia convencional”, recomenda a Dra Isabela Ribeiro de Lima.

Por Tylla Lima

Fonte: Sechat

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.