Veterinária salva animais que perderam partes do corpo com próteses de bicos e rodinhas

Maria Ângela Panelli, veterinária, zootecnista e especialista em ortopedia de cães, gatos e animais silvestres, ganhou destaque nas redes sociais após compartilhar o trabalho que faz para ajudar os bichos. A profissional trabalha salvando e devolvendo a qualidade de vida dos animais que perderam ou machucaram partes do corpo e, muitas vezes, usa próteses para realizar esse serviço. Em entrevista ao RPet, a médica conta quais os materiais que usa para as restaurações e comenta alguns casos. Veja:

“Dependendo do tamanho, usamos as resinas termopolimerizáveis ou as fotopolimerizáveis”, explica sobre os itens utilizados para confeccionar os bicos adaptados das aves.

Nas redes sociais de Maria Ângela, as reconstruções chamam a atenção pela perfeição. “Usamos também implantes de pinos, telas ou parafusos de titânio e recobrimos com a resina da cor do bico”, detalha .

Maria conta o caso de Gustavo, um cachorro que sofreu um acidente, no qual as patas traseiras foram dilaceradas. “Veio para amputação e nós fizemos a artrodese, que é a fixação da articulação, e tentamos a recuperação das partes moles com membrana de pericárdio bovino. Agora, o colocamos na cadeira de rodas para ele fazer fisioterapia”, narra. Reprodução/Instagram

“Liberdade para andar”, escreveu Maria Ângela na postagem sobre a cadeira de rodas de um teiú (Tupinambis). Em entrevista, a zootecnista diz que o réptil sofreu uma lesão medular, após ser atacado por um cão. “Ele ficou sem se movimentar com os dois membros superiores e adaptamos. Hoje está bem e vive no Zoológico de Pitangueiras”, afirma

Neste caso, Maria diz que a tartaruga quebrou a coluna, mas não foi o caso mais difícil. “O mais complicado foi de um cágado, que o próprio tutor passou por cima, sem querer, e dilacerou várias partes e quebrou coluna. Conseguimos reconstruir o ‘quebra-cabeça’ que o casco virou e implantamos duas rodinhas”, comenta

A especialista, por fim, destaca que não consegue deixar de fazer esse trabalho de forma voluntária, mas fala que as redes sociais trouxeram muitos tutores pedindo sua ajuda e que, assim, consegue cobrar pelo serviço que faz. “Antes de ser veterinária, amo os bichos”, finaliza .
Fonte: R7