Veterinários investigados por maus-tratos na Grande BH estariam ameaçando testemunhas, diz polícia
Investigações da Polícia Civil e do Ministério Público de Minas Gerais revelam que testemunhas foram ameaçadas pelo casal de veterinários investigado por maltratar animais numa clínica de luxo em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Vídeo: Veterinários investigados por maus tratos na Grande BH estariam ameaçando testemunhas.
A Animed é suspeita de congelar animais mortos para cobrar mais diárias de clientes.
“A gente percebeu, inclusive, nas oitivas, uma dificuldade muito grande de conseguir o testemunho dessas pessoas porque elas diziam que se sentiam coagidas, ameaçadas, e, por isso, pra gente conseguir compilar esses depoimentos foi difícil”, disse a delegada Carolina Bechelany.
Marcelo Dayrell foi preso no dia 22 de novembro por suspeita de maus tratos, estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ele foi solto uma semana depois.
A mulher dele, Franciele Quirino, que também é veterinária, chegou a ficar foragida, mas também teve o mandado de prisão revogado.
“Uma das testemunhas veio depor na promotoria. Era uma funcionária da clínica. Depôs aqui na polícia na parte da manhã. À noite o seu gabinete de trabalho sofreu uma combustão por incêndio e, com todas as características de movimentação induzida pra incêndio. E levaram de lá também o laptop dela”, disse a promotora Claudia de Oliveira Ignez.
Documentos obtidos com exclusividade pela TV Globo revelam contradições do veterinário. No depoimento, é mencionado o cão Marley, adotado de um canil em Ouro Preto. Ele teve problemas nas articulações, foi levado para a clínica e não voltou mais para casa.
O laudo informou que ele morreu às 5h30 da manhã. Mas em uma troca de mensagens, um dos veterinários da equipe avisa Marcelo que o cão tinha morrido à 00h43 do dia anterior. Na fatura, tratamentos que teriam sido feitos durante a madrugada foram cobrados.
“Os procedimentos que ele cobrou não existiram, obviamente. Ele já estava morto”, disse Nisiana Lisete Da Silva Salgado, dona de Marley.
A Justiça determinou a suspensão do registro profissional do casal e o fechamento da clínica. Além disso, R$ 10 milhões das contas de Marcelo foram bloqueados.
Em nota, a defesa do casal de veterinários e donos da clínica negou todas as acusações. Ela afirmou que a clínica só cobrava por procedimentos realizados. Os animais eram congelados depois de avisar os tutores sobre a morte. A nota disse ainda que não havia reaproveitamento de próteses nem medicação em excesso.
Fonte: G1