Veterinários realizam cirurgia para retirada de haste de metal do estômago de uma fragata, em Florianópolis, SC

A equipe veterinária da R3 Animal realizou um procedimento cirúrgico em uma fragata (Fregata magnificens) para a retirada de uma haste metálica alojada no estômago da ave e que se projetava para fora, perfurando a pele do animal. A cirurgia ocorreu na quarta-feira, 9, e foi um sucesso. A fragata está em observação e se recupera bem.
Antes da cirurgia, a ave foi anestesiada e passou pelo exame de endoscopia, para ajudar no planejamento mais preciso da abordagem para a extração da haste. “Constatamos o objeto dentro da cavidade gástrica, com intensa área de fibrose contaminada”, avalia a veterinária Janaina Rocha Lorenço.
Segundo o veterinário Sandro Sandri, a técnica utilizada – cirurgia de celiotomia (laparotomia) – foi orientada por alguns artigos de literatura específica, com adaptações de acordo com as particularidades do paciente.
“Consistiu em seguir o caminho inverso que o objeto havia feito. Ou seja, ultrapassar todas as camadas: pele, subcutâneo, mucosa externa, parede muscular e mucosa interna do estômago”, explica Sandro.
No início do procedimento, foi constatada uma área considerável de aderências em tecidos adjacentes ao objeto metálico. O que exigiu uma delicada debridagem dos órgãos, a fim de liberar o estômago.
“O fechamento do estômago foi feito em três camadas, com fio biológico e suturas apropriadas para promover a vedação do órgão e evitar aderências futuras”, conclui Sandro. Medicações antimicrobianas e analgésicas estão sendo administradas na ave.
A fragata foi resgatada por uma embarcação pesqueira, no dia 26 de maio, e entregue na Unidade de Estabilização de Animais Marinhos – Unidade Penha, administrada pela Univali, instituição executora do trecho 4 do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Sob os cuidados da Univali, a ave passou seis dias em processo de estabilização. O exame radiográfico constatou que a haste metálica, de aproximadamente 10 centímetros, tratava-se de um petrecho de pesca chamado de encastoador empate para anzol, utilizado para evitar o rompimento de linhas de pesca. Parte da haste que estava para fora da ave foi cortada para prevenir lesões.
A fragata foi encaminhada para reabilitação na R3 Animal, em Florianópolis, no dia 1º de junho. De acordo com a responsável técnica do PMP-BS/R3 Animal, Marzia Antonelli, a ave precisou continuar estabilização para poder passar pelo delicado procedimento cirúrgico para a retirada do objeto metálico.
De acordo com Marzia, a fragata recebeu reposição alimentar com cristaloides e coloides, suplementação injetável e oral, e protetores gástricos para proteção da mucosa danificada pelo petrecho. Além disso, foi medicada com analgésicos para controle da dor e antibiótico para evitar contaminação pela perfuração do corpo estranho. Durante todo o período a fragata recebeu apenas alimentação com papa de peixe.
A fragata encontra-se em recuperação recebendo suplementação e alimentação parenteral (intravenosa) até estar apta a receber alimentação oral novamente.
Fonte: Portal da Ilha