Vídeo mostra suposta agressão de cachorro em pet shop de São José (SC) e denúncia revolta na web

Um vídeo mostrando um cachorro levando um tapa de um funcionário de um Pet Shop em São José, na Grande Florianópolis, viralizou nas redes sociais na última terça-feira (14). A publicação da denúncia feita pela tutora do animal e uma ex-funcionária mobilizou usuários que relataram situações semelhantes no mesmo estabelecimento.
O vídeo mostra a cadelinha Molly, da raça shih-tzu, em cima de uma estrutura, enquanto uma das funcionárias realizava os procedimentos. Em determinado momento, o cachorro tem uma reação mais agressiva e a funcionária se assusta. O homem, que também estava no momento no local, se aproxima e bate no cachorrinho.
As imagens são do dia 25 de fevereiro, no Pet Shop Tio Lu, localizado no bairro Areias, em São José, na Grande Florianópolis. Porém, só chegaram ao conhecimento público na última terça-feira.
O caso começou quando uma ex-funcionária entrou em contato com a filha da tutora divulgando as imagens da câmera de segurança. Com isso, a mulher esclareceu a situação no estabelecimento e, logo após, registrou um Boletim de Ocorrência contra o estabelecimento. A Polícia Civil informou que será instaurado um inquérito policial para investigar o caso.
Veja o vídeo:
A ONG SOS Pets publicou o vídeo e informações do contato com a empresa. Em conversa entre outra tutora preocupada e o proprietário, o dono afirma que o homem que deferiu o tapa seria ex-dono, e confirma o ato, justificando que teria sido por impulso para “proteger a menina”.
“Ele está arrependido. Ele queria pedir desculpa para a dona da cachorra, mas ela não quis ouvir e infelizmente aconteceu esse ato e, infelizmente, a gente está pagando por essa consequência. Agora ele está melhor, está mais calmo”, disse em áudio divulgado.
Ele segue dizendo: “E tem outra, a guria que tava lavando a cachorra, não gostava da cachorra. Então, como ela era paga para fazer os cachorros, a gente pediu para ela fazer”, o áudio então é cortado.
Relato da ex-funcionária
Um ex-funcionário entrou em contato com a ONG, narrando algumas coisas que aconteciam no local: “eles pegavam o cachorro e jogavam em cima da mesa, trancava eles no banheiro, davam até soco nos cachorros”.
Ele diz que pedia para que parassem, mas isso resultou na demissão do mesmo. “Liguei para a polícia, mas eles não deram a mínima. Só eu sei o que os cachorros passavam ali dentro. Lembro até hoje quando eles amarraram a boca do cachorro com uma corda para ele parar de latir”, escreve.

Usuários se manifestam
Após vir a tona a denúncia e o vídeo, muitos usuários relataram perceber um comportamento diferente após começarem a levar os animais no estabelecimento. Muitos compartilharam histórias semelhantes com a divulgada. Allan comenta: “bem que minha irmã que mora no prédio atrás do Pet Shop escutava o pessoal berrando com os cachorros”.
A Mari Josetti escreve: “é por isso que a minha se treme toda e até chega a fazer xixi de nervoso quando levo ela pro pet. Eu morava em areias e ela ia lá. Antes era pet tia bela e depois mudou de dono, virou esse tal de tio Lu. Hoje ela não vai mais lá porque mudei para Campinas”.
Mayu também narra sua história: “meu cachorro foi agredido nesse lugar, cortaram a perna dele com a lâmina de barbear, ele teve que ser sedado para fazer os pontos porque a ferida era aberta. Fiquei muito mal”.
Além do privado
Outros também se manifestaram sobre as atitudes grosseiras dos responsáveis. “Tenho um print de uma conversa quando meu cachorro tomava banho lá. Muito grosseiro, sem empatia nenhuma… sabia que um dia a máscara iria cair!”, conta Ana Paula Moura.
Taiana escreve: “Minha cachorra eu levava ali, até que via que ela vinha muito cansada, e teve um dia que ela veio úmida, aí falei para eles na próxima tomar cuidado, eles simplesmente falaram para eu procurar outro”.
Ana Louise pontua sobre a postura da Pet Shop nas redes sociais. “Nas respostas das avaliações do comércio a empresa responde grosseiramente basicamente mandando as pessoas cuidarem das suas vidas, já dá para ver o tipinho de gente”.
Na tarde de terça, o estabelecimento entrou em contato com alguns clientes alegando que “houve uma emergência familiar” e iriam fechar permanentemente, informa um usuário.
O ND+ tentou contato com o estabelecimento, mas na manhã desta quarta-feira (15), as redes sociais não estavam mais disponíveis e os telefones divulgados estavam sem retorno. O espaço segue aberto para manifestações futuras.
Por Ada Bahl
Fonte: ND+