Zimbábue vende direito de caça a elefantes e 500 podem ser mortos
Afetado intensamente pela crise sanitária e econômica da Covid-19, o Zimbábue, no Sul da África, anunciou nessa quinta-feira (22) que venderá direito de caça a turistas para sacrifício de até 500 elefantes. A decisão ocorre em tentativa emergencial de recuperar parte da receita do turismo que foi perdida durante a pandemia, e, também, para equalizar custos operacionais da Gestão de Parques e Vida Selvagem do país.
O anúncio ocorre poucas semanas após de os elefantes africanos que vivem no Zimbábue terem sido declarados como uma espécie em perigo crítico de extinção, em grande parte, devido à caça ilegal que ocorre no país.
“Temos um orçamento de cerca de US$ 25 milhões para nossas operações, que é gerado, em parte, por meio da caça esportiva, mas você sabe que o turismo está praticamente morto no momento devido à pandemia do coronavírus. Comemos o que matamos”, afirmou Tinashe Farawo, porta-voz da Gestão de Parques e Vida Selvagem do Zimbábue.
“Condenamos veementemente a caça de troféu — uma prática que agita os animais selvagens e aumenta os conflitos entre humanos e vida selvagem”, lamentou o Centro de Governança de Recursos Naturais, por meio de Simiso Mlevu, porta-voz do grupo.
“Ao contrário dos argumentos do governo de que a caça de troféu visa ajudar na conservação, a prática é motivada pela ganância e muitas vezes o dinheiro nem é contabilizado. Há uma necessidade de medidas mais inovadoras e ecológicas para melhorar a geração de receita com safáris fotográficos e turismo em geral “, pontuou.
Fonte: O Tempo