Fazendas da RSPCA Assured: investigação feita pela Animal Rising expõe falhas no “bem-estar animal”
Hoje, com a RSPCA (Sociedade Real para Prevenção contra a Crueldade aos Animais) envolvida num escândalo, a Animal Rising divulgou imagens de mais de 40 fazendas no Reino Unido, no qual o sistema de bem-estar animal da instituição garante, supostamente, um “alto padrão”.
As imagens mostram cenas incluindo pintos morrendo em fazendas industriais e porcos deixados mortos por dias em galpões imundos.
Rose Patterson, codiretora do Animal Rising, declarou: “Esta investigação revelou o segredo sujo da RSPCA; está feliz em carimbar a crueldade nas fazendas industriais e o abuso de animais industriais.
“Pessoalmente passei meses investigando e catalogando sequência de sofrimento em fazendas, nas quais o público deve confiar. Algumas das cenas que vimos nos galpões avaliados pela RSPCA são mais do que bárbaras.
“A instituição de caridade animal mais antiga e respeitada do mundo perdeu o seu rumo. O trabalho que fazem para gatos, cães e outros animais não é, evidentemente, o mesmo para outros, como galinhas e porcos. À medida que a instituição se aproxima dos 200 anos, se depara com a escolha a fazer; irá ela intensificar, proteger os animais e abandonar o sistema Assured?”
Chris Packham, presidente da RSPCA, pediu à instituição que suspenda o sistema e tome uma posição mais firme para proteger os animais.
Essa exposição aparece após várias outras investigações sobre as fazendas da RSPCA Assured por grupos como o Animal Justice Project e o VIVA!
Peter Egan, ex-vice-presidente da RSPCA, disse: “As conclusões sobre as fazendas da RSPCA Assured, em todo o Reino Unido, são profundamente preocupantes e colocam todo o sistema em questão. A RSPCA tem falhado com os animais em todo o Reino Unido.
“No passado, trabalhei exaustivamente com a instituição porque acreditava – e ainda acredito – que a RSPCA deve liderar o caminho na proteção dos animais. Vejo agora que isso não pode acontecer sem antes abandonar inteiramente o sistema RSPCA Assured”;
Há mais por vir nessa história, com a Animal Rising prometendo uma campanha de ação sustentada até que a RSPCA abandone seu sistema Assured.
Animal Rising é um movimento social para criar nova relação com todos os seres, além de nos dar a oportunidade de um futuro ecológico seguro.
O grupo apela, em primeiro lugar, à transição para um sistema alimentar seguro e sustentável à base de plantas, a par de um programa em massa para reconstrução da diversidade da vida selvagem.
No sábado (8 de junho de 2024), os apoiadores locais do Animal Rising colocaram cartazes em todo o centro da cidade de Edimburgo, expondo as grandes diferenças entre a publicidade pública e a realidade oculta das fazendas da RSPCA Assured.
As áreas em que os cartazes podiam ser vistos eram Princes Street, Royal Mile e Lothian Road.
Outras cidades e vilas do Reino Unido visadas incluem Birmingham, Liverpool, Londres, Sheffield, Southampton, Newcastle e York.
Numa ação conjunta coordenada, indivíduos do grupo ativista Animal Rising cobriram muitas cidades do Reino Unido, incluindo Edimburgo em 8 de junho de 2024, com cartazes expondo as grandes diferenças entre o marketing e as fazendas da RSPCA Assured para suínos, galinhas, salmões e vacas.
Essa ação é seguida por extensas investigações do Animal Rising, que foram compiladas num relatório abrangente e apoiado por peritos que expõe o sistema da RSPCA Assured para dar suporte à criação industrial e o sofrimento animal extensivo.
As investigações em 45 fazendas revelaram o sofrimento dos animais em cada uma delas e resultaram na descrição do sistema como “fraudulenta” pela jurista Ayesha Smart. O grupo Animal Rising pede à RSPCA que abandone esse sistema e apoie a transição para um sistema alimentar à base de plantas, além de ajudar os agricultores a produzir alimentos de forma sustentável.
Neste ano a RSPCA completa 200 anos, e promover esta mudança ajudará a evitar o sofrimento dos animais do nosso sistema alimentar, a criar espaço para o rewilding (trabalhar em escala na reconstrução da vida selvagem) e no progresso da natureza no Reino Unido, permitindo-lhes intensificar o cuidado e a compaixão “por qualquer espécie”, de acordo com a sua recente mudança de marca.
Pamela Waite, 26, assistente administrativa local, disse: “Estou absolutamente enojada que a RSPCA, uma instituição de caridade de bem-estar animal, esteja ganhando dinheiro com a exploração e o sofrimento dos animais.
“Eles fingem que algo humano acontece em um matadouro, rotulando os produtos de origem animal como RSPCA Assured. Mas, como é evidente a partir de investigações do Animal Rising, as fazendas da RSPCA Assured não protegem os animais do sofrimento.
“RSPCA, por favor, abandone o seu sistema Assured!”
Em 2018, uma intensa investigação da Universidade de Oxford mostrou que 76% das terras atualmente utilizadas para a produção de alimentos seriam destinadas para uma transição global para a produção vegetal [3]. Essa terra poderia ser reflorestada, iniciando, assim, a contenção do carbono, reduzindo os piores impactos das mudanças climáticas. Relatório de 2019 da Universidade de Harvard sobre a produção agrícola e alimentar do Reino Unido, de Helen Harwatt e Matthew N. Hayek, também concluiu que a emissão de carbono seria reduzida se passasse completamente para um sistema alimentar à base de plantas [4].
Animal Rising é um movimento social para criar nova relação com todos os seres, além de nos dar a oportunidade de um futuro ecológico seguro. O grupo apela, em primeiro lugar, à transição para um sistema alimentar seguro e sustentável à base de plantas, a par de um programa em massa para reconstrução da diversidade da vida selvagem.
Por Davepickering / Tradução de Alan Dalles
Fonte: The Nen
Nota do Olhar Animal: Uma vergonha que uma associação que se autointitula de “proteção animal” não respeite o interesse mais fundamental dos animais e ainda falhe na proposta hipócrita de “bem-estar animal”. A forma como os animais explorados para consumo são tratados é terrível e inaceitável, mas é apenas um AGRAVANTE em relação ao dano maior, naturalizado pela indústria “da morte” e aceito por muitas pessoas, que é o ABATE. O sofrimento imposto cotidianamente aos animais no transporte ou nas “linhas de produção” de carne não é menos repulsivo e imoral do que a violação do principal interesse dos animais, que é o interesse em viver. A produção não tem que dar melhores condições aos animais à espera da morte. Ela deve, sim, ser banida. O paladar dos humanos não é mais importante que a vida dos animais.