Portugal: cadela desaparecida em Guimarães volta para os braços da família após 17 meses

Portugal: cadela desaparecida em Guimarães volta para os braços da família após 17 meses
Luna esteve desde julho de 2021 longe da sua família

O desaparecimento de Luna continua um mistério por resolver. Certa noite, a pequena cadela saiu de casa para nunca mais voltar. Adélia nunca superou a sua partida, e talvez tenha sido essa mesma resiliência a trazer a cadela de volta para os seus braços.

Apesar da “aversão a cães” do marido, Adélia Castro, 51 anos, conseguiu convencê-lo a adotar um cãozinho. Quando se mudaram, de um apartamento para uma vivenda, na cidade de Guimarães, concordaram que havia espaço suficiente para alojar animais de estimação. E não houve melhor pretexto que o primeiro confinamento, em 2020, para o fazer.

Luna chegou no Dia da Liberdade, dia 25 de abril, fazendo jus ao seu espírito aventureiro. Ficou pouco mais de um ano na casa da família, onde o seu feitio teimoso e sovina, que escondia os brinquedos na sua cama, impedindo qualquer um que se aproximasse, foi muito amado. Em julho de 2021, a cadela desapareceu do quintal e nunca mais regressou.

“Era de noite, e eu estava na cozinha com o meu marido. Não sei o que aconteceu, mas ela desapareceu do jardim”, conta à PiT Adélia Castro. A tutora nunca se conformou com o desaparecimento de Luna, e fez tudo o que estava ao seu alcance para a encontrar.

Afixou cartazes, procurou pelas ruas, encheu a Internet de publicações e marchava para todos os lugares onde pudessem ter existido avistamentos. Durante 17 meses, não perdeu a esperança de encontrar a sua companheira: “Não havia dia que saísse à rua e não andasse sempre de cabeça levantada a ver se ela estava em alguma casa”, relata.

Para Adélia, Luna sempre foi uma cadela muito especial.
Para Adélia, Luna sempre foi uma cadela muito especial.

A dor da perda de Luna levou Adélia a ajudar outros donos que pudessem estar a passar pelo mesmo. Juntou-se à Associação Protetora Animal de Ponte (APAP) e dedicou-se a arranjar uma casa para os animais encontrados na rua. E isso, inevitavelmente, juntou-a à sua cadela, segundo Adélia.

Na passada terça-feira, dia 15 de novembro, encontrou uma gata perdida junto a um take-away perto de sua casa. Três dias depois, conseguiu arranjar-lhe uma casa, e só conseguia pensar: “Tenho feito tanto para ajudar os animais desde que a Luna desapareceu. Merecia que ela aparecesse”.

No dia seguinte (19), um veterinário nas Caldas das Taipas, uma freguesia do concelho, ligou para dizer que tinham encontrado Luna: “Nem queria acreditar. Achei que fosse por algum dos animais que eu tinha para adoção”.

“Quando lá cheguei, a Luna veio logo ter comigo e reconheceu-me imediatamente”. Adélia não conseguiu respostas para o que lhe tinha acontecido nos últimos 17 meses. A única coisa de que sabia é que desde setembro que a cadela vivia com as duas senhoras que a entregaram no veterinário, após ter sido encontrada na sua propriedade. Mas nada disso interessava, pois já a tinha nos seus braços.

Luna voltou e a sensação é de que nunca se foi embora

A cadela de Adélia voltou para uma casa completamente diferente da que deixou há quase dois anos. Com mais duas cadelas para fazer concorrência ao amor da tutora e mais brinquedos para se apropriar, havia muito para Luna se habituar. No entanto, a sua felicidade era de alguém que nunca tinha abandonado o seu lar: “Parece que ela foi só dar uma volta. Está super alegre”, conta à PiT a tutora.

Com a chegada de Luna, Adélia foi comprar novos brinquedos ao veterinário, especialmente bolas, os seus preferidos. Quando lhos deu, a reação não desapontou: “Ela pegou neles e foi metê-los imediatamente na sua cama. Como costumava fazer”.

A cadela é muito “senhora do seu nariz” e não partilha nada com os seus colegas de quatro patas. Contudo, havia alguém especial com quem não se importava de compartilhar as suas coisas: o seu gato “irmão”, Enzo Ferrari. Infelizmente, o felino partiu cedo demais com uma embolia pulmonar, dois meses antes do desaparecimento de Luna: “Ele morreu em maio e, em julho, a cadela desapareceu. Foi muito difícil”, confessa Adélia.

Luna, no entanto, já se está a ambientar às novas criaturas da casa. Seja com Joca, com quem já se tinha cruzado por ter sido adotado de um gatil na mesma semana do seu desaparecimento, seja com Cookie e Becky, as cadelas que chegaram no Natal e que eram para ser apenas um acolhimento temporário e que acabaram por ficar. E a família está radiante ao ver a sua adaptação.

Carregue na galeria para ver algumas fotografias de Luna.

Por Carolina Jesus

Fonte: Pit / mantida a grafia lusitana original

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