Prefeitura de Aracaju (SE) não pretende suspender o serviço de castração gratuita

F5 News informou equivocadamente a possibilidade de a Prefeitura de Aracaju suspender o programa de castração gratuita de animais, hipótese negada enfaticamente pela administração municipal. O que a gestão tem externado é preocupação diante do alto índice de abstenções, ou seja, de não comparecimento de tutores com seus animais às consultas previamente agendadas por eles próprios.
“A castração de animais como cães e gatos é de suma importância para o controle populacional, principalmente desses animais errantes, que são os animais de rua”, diz o médico-veterinário Daniel Allievi, especialista em clínica e cirurgia de pequenos animais.
O especialista ainda lembra dos benefícios da castração, como evitar a procriação de animais de maneira indesejada, a diminuição da taxa de risco de tumores e cânceres em órgãos reprodutores, além de reduzir as chances de infecções nos que passam pelo procedimento.
“Em fêmeas, tanto de cadelas, como de gatas, evita o aparecimento de tumores de câncer nas mamas, que é bem comum, principalmente, em animais em uma idade superior, que já passou por vários ciclos”, explica Daniel Allievi.
“As ONGs não suportam tantos filhotes e cadelas prenhas ou paridas nas ruas”, afirmou Mariana Santana, representante da Associação Defensora dos Animais São Francisco de Assis (Adasfa).
Responsabilidade dos tutores
Na última segunda-feira (1º), a Prefeitura de Aracaju alertou sobre a alta taxa de absenteísmo (não comparecimento) às consultas agendadas para a castração de animais.
O poder municipal informou que esse comportamento gera atraso na fila e resulta em prejuízo aos cofres públicos.
De acordo com o veterinário do Castramóvel, Sidney Michael, o número de tutores que deixaram de cumprir o compromisso que eles mesmos agendaram vem atingindo, há dias, uma taxa próxima a 90%. Dito de outro modo, apenas cerca de 10% efetivamente comparecem para dar início ao processo de castração de seus animais.
Para Mariana Santana, da Adasfa, a solução é mudar as estratégias, como, por exemplo, castrar nos bairros. Segundo ela, isso diminui o custo para o dono do animal, que às vezes não tem como transportá-lo com segurança até o Centro de Controle de Zoonoses da cidade.
“Em vários estados até os animais sem donos são pegos e levados para castrar e depois são devolvidos quando há responsáveis pelos mesmos”, afirmou a representante da Adasfa.
O veterinário Daniel Allievi também salienta que é preciso criar uma responsabilidade coletiva. “É importante que, quando o cidadão marque essa castração, que não é uma coisa fácil de conseguir, pelo número de pessoas que agendam, que compareçam e levem o seu animal para fazer essa cirurgia que é um ato de responsabilidade”, alerta o especialista.
Por Antonio Cardoso
Fonte: F5 News