Adolescente mata o pai acidentalmente durante caçada de capivara em MS

Adolescente mata o pai acidentalmente durante caçada de capivara em MS
Policiais no local onde ocorreu o fato, em Nova Andradina. Foto: Jornal da Nova

Jorge Pereira Alves, de 46 anos, morreu após ser atingido por tiro acidental enquanto caçava com o filho de 17 anos, em propriedade rural que fica no distrito de Nova Casa Verde, em Nova Andradina, cidade a 298 km de Campo Grande. O caso ocorreu na noite deste domingo (3).

O jovem informou à polícia que, logo após o almoço, saiu na companhia do pai e de outro homem para pescar e caçar capivara, apesar de ser proibida a captura de animais silvestres. O rapaz usava uma carabina de pressão adaptada para calibre 22, que foi adquirida por Jorge há cerca de três meses.

De acordo com o site Jornal da Nova, depois de se dividirem nas margens da represa, cada um em lado diferente, o adolescente assim que viu uma capivara saindo da água, realizou um disparo e, sem perceber que Jorge estava no lado oposto, acabou atingindo o pai.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas ao chegar no local, a vítima já estava sem sinais vitais e a morte foi constatada. Em seguida, a Polícia Militar, Polícia Civil e a Perícia Criminal foram para o local.

A vítima trabalhava na fazenda há mais de cinco anos e o filho trabalhava em outra propriedade rural no município de Santa Rita do Rio Pardo. O caso foi registrado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

No Brasil, é crime explorar ou fazer uso comercial de imagem de animal silvestre mantido irregularmente em cativeiro ou em situação de abuso ou maus-tratos. A multa varia de R$ 5 mil a R$ 500 mil.

Por Dayene Paz

Fonte: Campo Grande News


Nota do Olhar Animal: Há alguns anos, a ONG Olhar Animal protocolou na Justiça Federal uma ação civil pública para banir a caça aos javalis. Quando argumentamos que atribuir a pessoas inexperientes a tarefa de caçar os javalis resultaria no abate acidental de outros animais, em especial os de espécies nativas semelhantes como as queixadas e os catetos, fomos contestados. Diziam os caçadores que sabiam muito bem distinguir os animais. Desde então, já foram muitos os casos noticiados de morte de outros caçadores durante as caçadas, confundidos com os animais. Esse é mais um dos argumentos inconsistentes usados para disseminar a venda de armas no país, dando licença de caça a praticamente qualquer um que a requeresse, em especial durante a gestão Bolsonaro. É bom lembrar, que no caso das capivaras, o abate inclusive é proibido.

Manejo não letal de capivaras

Controle populacional de javalis

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