África: três países tentam reverter a proibição da venda de marfim

África: três países tentam reverter a proibição da venda de marfim
Zimbábue conta com 85 mil elefantes, mas tem capacidade para apenas 55 mil animais. (Foto: Pexels)

Zimbábue, Botsuana e Namíbia estão lutando pela caça de elefantes e venda de marfim. Botsuana já suspendeu a proibição da venda, mas os outros países ainda não suspenderam a proibição.De acordo com o Ministério da Informação dO Zimbábue, o país realizou a última venda de marfim há 13 anos. “Nosso estoque de marfim vale mais de US$ 300 milhões e não podemos vendê-lo por causa de ativistas de proteção aos animais”, disse o secretário do ministério, Nick Mangwana.

Além do pedido de venda de marfim, o Zimbábue irá pedir permissão para vender elefantes, em razão do aumento dos ataques dos animais à população local. Cerca de 200 pessoas morreram agredidas por elefantes nos últimos cinco anos.

Segundo informações da Zimbabwe Parks and Wildlife Management Authority (Zimparks), em 40% dos casos os elefantes invadiram povoados em busca de água. Este ano, quatro pessoas morreram pisoteadas por elefantes.

O Zimbábue tem uma população de 85 mil elefantes, porém os parques nacionais e as áreas de conservação só têm condições de abrigar e cuidar de 55 mil animais.

“Não podemos assistir passivos à morte de pessoas e à perda de nossos meios de subsistência”, disse o porta-voz da Zimparks, Tinashe Farawo. “Os agricultores que vivem próximos às áreas de conservação de animais selvagens perderam mais de 7 mil hectares de colheitas devido à invasão de elefantes”, acrescentou.

Por outro lado, o crescimento populacional levou as pessoas a ocupar áreas habitadas por elefantes e outros animais selvagens, o que agravou ainda mais a tensão.

“A atual seca causada pelo El Niño constitui uma ameaça séria aos animais. Sem água e comida, como os elefantes irão sobreviver? É muito importante que a Cites conceda permissão para a venda dos animais”, observou Farawo.

O governo de Botsuana já suspendeu a proibição da caça de elefantes. Segundo fontes do governo, a carne dos animais seria usada como alimento para a população. Apesar das fortes críticas da comunidade internacional de proteção aos animais em extinção, o presidente Mokgweetsi Masisi defendeu sua ideia com o argumento que a caça estimular o turismo e controla o número de elefantes no país.

O elefante, o leão e o hipopótamo constam da lista de animais em risco de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), uma organização importante na área de preservação ambiental criada logo após a Segunda Guerra Mundial.

Fonte: The Guardian-Raw ivory sales: Zimbabwe, Botswana and Namibia call for end to ban via Opinião e Notícia 

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