Amostras de cães mortos com sinais de envenenamento em Morro Agudo, SP, serão periciadas
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar crime de maus-tratos na morte de cinco cães no bairro Jardim Primavera, em Morro Agudo (SP). A suspeita é que os animais tenham sido envenenados e, segundo o delegado João Bapstussi Neto, nenhum suspeito foi identificado. Os animais foram recolhidos pelo Centro de Zoonoses e amostras serão enviadas para perícia.
“É um caso isolado. Não é comum ocorrer aqui na cidade. Até o momento, conseguimos apurar que não há imagens de circuito interno no local, o que dificulta encontrar algum suspeito. Vamos instaurar um inquérito de maus-tratos com animais com morte para buscar o motivo das mortes”, disse.
Dois cães foram socorridos no sábado (1º) por integrantes da Associação de Proteção aos Animais (APAMA), e levados a uma clínica. De acordo com o médico veterinário Antônio Pimentel, os animais apresentavam sintomas como tremores, dificuldade para se locomover, saliva espessa e pulso fraco. Eles já tiveram alta.
“Suspeitamos do uso de pesticidas. Não temos certeza que foi usada na alimentação, mas tudo indica que pra atrair esses animais tenha sido colocado em alimentos”, diz Pimentel.
O caso
Funcionários de um recinto de festas no bairro Jardim Primavera encontraram os cães nos arredores do local na manhã de sábado. Voluntários da APAMA registraram imagens dos cachorros passando mal no meio da rua e registraram um boletim de ocorrência.
A Polícia Militar esteve no local, mas nenhum indício foi localizado. Os corpos dos cães mortos foram recolhidos pela prefeitura e armazenados em um freezer. De acordo com a professora e voluntária da ONG Débora Raquel Tescarolo, não há registro de reclamações ou ameaças contra os bichos na prefeitura ou na própria associação.
Segundo Débora, os animais se alimentam de rações fornecidas pela associação a vizinhos, protetores e dos funcionários do recinto de festas. A voluntária acredita que os cães tenham sido envenenados por uma pessoa que tenha preparado uma armadilha para os bichos.
“A gente fica revoltado porque faz tudo pra cuidar, chega alguém que não gosta e atrapalha o nosso trabalho. Essa não é a forma de resolver e é uma das piores mortes que tem. O veneno corrói internamente e o animal morre com dor, um sofrimento muito grande. A gente faz de tudo pra cuidar, tentar amenizar o sofrimento deles e tem pessoas que atrapalham”, diz a professora.