Após ser atropelado, macaco é ‘socorrido’ por outros animais da mesma espécie em Goiânia; vídeo

Após ser atropelado, macaco é ‘socorrido’ por outros animais da mesma espécie em Goiânia; vídeo
Momento em que os macacos 'examinaram' a boca do animal ferido, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Um macaco-prego morreu depois de ser atropelado nas proximidades do Parque Areião, em Goiânia. Um vídeo do animal sendo “socorrido” por outros macacos viralizou nas redes sociais. Segundo especialistas da Agencia Municipal do Meio Ambiente (Amma), este é um comportamento natural da espécie (veja vídeo).

https://youtu.be/teWH4ZdagYA

Nas imagens é possível ver que o macaco ferido ficou com dificuldade para se locomover após o atropelamento, e outro animal tenta ajudá-lo. Logo, outros macacos aparecem. Ao todo, cinco macacos ficaram rodeando o animal, enquanto ele ficou deitado, como se estivesse sendo examinado. Um deles olha a boca do macaco ferido, mas não viu nada. Um dos animais ainda deu um salto, como se estivesse inconformado em não poder ajudar o amigo.

Segundo a veterinária da Amma Isabela Barbosa, assim que foram acionados, na manhã da última quinta-feira (30), os agentes foram ao local o mais rápido possível. No entanto, quando estavam na metade do caminho para chegar ao parque, receberam outra ligação informando que o animal já tinha ido a óbito.

“A gente tem a impressão de que quando é atropelado tem que estar sangrando para morrer, mas existe muito caso de hemorragia interna, por exemplo”, explica a veterinária.

Ainda de acordo com Isabela, o comportamento dos animais socorrerem o ferido é natural da espécie.

“Eles não entendem, por exemplo, que um carro atropelou, porque eles não sabem do que se trata, mas ali ele pode ver que o amiguinho não estava legal, os macacos-prego são extremamente inteligentes, são animais que realmente eles podem tentar ajudar os outros nesses casos”, disse.

A veterinária alerta que em casos semelhantes a este, pessoas não especializadas não devem tentar socorrer os animais feridos.

“É um animal que no ápice da adrenalina dele, ele pode atacar. O macaco transmite doença para seres humanos, nós somos primatas também”, disse.

Ao todo, cinco macacos se reuniram para ‘socorrer’ animal ferido, em Goiânia. — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Chip de identificação

A Amma estima que exista uma média de 40 macacos que vivem no Parque Areião. Destes, mais da metade já receberam um microchip de identificação, que não tem GPS, porém, contém informações como sexo, idade, e quanto tempo o animal vive no parque. De acordo com a agência, estas informações ajudam no controle populacional. A meta é implantar esse microchip em todos os macacos aqui do parque até o final de 2020.

Segundo a gerente de fauna da Amma, Cárita Marques, o grande desafio é conscientizar a população a não alimentar os animais silvestres, que não se intimidam com a presença das pessoas e já estão habituados a receber comida dos visitantes.

“Tem muito alimento para ele dentro da mata, mas como existe esse caso das pessoas estarem dando alimento, para eles virou um comodismo. O risco agora é dos macacos atravessarem a rua, acontecer, infelizmente, o que aconteceu com essa fêmea”, disse a gerente de fauna.

Parque Areião no Setor Pedro Ludovico em Goiânia, Goiás. — Foto: Vanessa Chaves/G1

Por Danielle Oliveira

Fonte: G1

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