Após sofrer retaliação, presidente da Acapra esclarece obrigações da ONG, em Brusque, SC

Após sofrer retaliação, presidente da Acapra esclarece obrigações da ONG, em Brusque, SC

Nos últimos dias, a presidente da Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra), Jéssica Ricardo, sofreu ameaças por parte de uma mulher que foi procurar ajuda para um gato abandonado. De acordo com Jéssica, a mulher foi até a casa da avó da voluntária e exigiu de forma grosseira, que o atendimento fosse realizado de qualquer forma. A mulher chegou a mandar áudios para a presidente falando “ Eu não tenho obrigação nenhuma. A minha obrigação é pagar meus impostos, não de cuidar dos gatos”.

Jéssica esclarece que a ONG não tem obrigação de realizar atendimentos, todos são feitos de forma voluntária e na condição que a ONG pode ajudar.

“Porque a ONG tem que arcar com a falta de responsabilidade dos outros? Nossa missão é fazer o bem, é ajudar. Não é ser santo milagroso. Se só o voluntário se envolver e a população não ajudar, não vai resolver. As pessoas cobram da gente o que elas não querem fazer. A gente escolhe ser voluntário e faz o que pode. Ninguém tem obrigação de nada”.

Uma outra situação apontada por Jéssica é que ela escolheu o voluntariado, mas a vó dela não, e mesmo assim, de acordo com a presidente, a mulher se sentiu no direito de ir lá e confrontar a avó dela.

“É preciso destacar que além de não termos obrigação nenhuma de fazer isso, é um trabalho voluntário, e mesmo assim passamos por vários constrangimentos. No caso ainda foi pior, porque foi contra uma mulher de mais de 70 anos, que não é voluntária, não escolheu essa vida e não tem porque passar por isso”.

Entenda as obrigações da Acapra

A Acapra é uma Organização Não Governamental que atua na cidade de Brusque-SC desde 1999, formada por voluntários (atividade não remunerada) que se dedicam no gerenciamento humanitário de animais de rua, especialmente os casos graves (doentes e machucados).

Para esses atendimentos e procedimentos veterinários, há parcerias com algumas clínicas da cidade que cobram preços mais acessíveis e dão um prazo para pagamento.

De acordo com a presidente, a “remuneração” dos voluntários é feita através de doações bem sucedidas onde os animais doados ficam longe dos maus tratos e do sofrimento causado pelo ser humano.

O que não é obrigação da Acapra

Ainda de acordo com Jéssica, a “Acapra não tem sede, abrigo, veterinário e não é um grupo recolhedor de animais. A instituição não é obrigada a resgatar animais, nem resolver o problema, somos apenas um grupo de pessoas que se uniu para tentar fazer a diferença, mas nossos voluntários tentam dentro de suas limitações ajudar o maior número de animais possíveis”.

Dinheiro arrecadado

Jéssica explica como os valores são usados com os animais. “Os valores que pedimos de doação são para os custos com os animais já resgatados, por isso, mesmo que as doações entrem, isso não significa que temos a obrigação de resgatar, nosso obrigação é com a transparência no que diz respeito as doações recebidas, postamos em nossas redes sociais as prestações de contas, assim como enviamos todo mês para o escritório de contabilidade, em casos de convênios com a prefeitura nós fazemos uma prestação de contas específica para o órgão também. Além disso, nossos voluntários estão a disposição para qualquer tipo de esclarecimento”.

Por fim, destaca o objetivo dos voluntários. “O sonho é que todos os animais sejam salvos, mas enquanto isso não acontece, nós vamos tentando ajudar em pequenos passos. Inclusive gostaria de deixar o convite a população: venham fazer sua parte também, se unam ao nosso grupo, quanto mais pessoas envolvidas, mais animais serão ajudados”.

Fonte: Bruna Valente via Portal da Cidade Brusque

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