Após vídeo de idoso abraçando araras viralizar, Ibama multa empresário por usar aves como atrativo turístico

Após vídeo de idoso abraçando araras viralizar, Ibama multa empresário por usar aves como atrativo turístico
Moacir Barbosa de Deus foi multado pelo Ibama em R$ 105 mil — Foto: Redes Sociais

Moacir Barbosa de Deus, de 72 anos, proprietário do balneário Cachoeira Rio do Peixe em Bonito, um dos principais destinos turísticos de Mato Grosso do Sul, foi multado em R$ 105 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por usar animais silvestres como atrativo turístico. O caso foi descoberto após um vídeo de Moacir abraçando araras-azuis viralizar nas redes sociais. Assista ao vídeo abaixo.

VÍDEO: Ibama multa empresário por usar aves como atrativo turístico

A defesa do balneário Cachoeira Rio do Peixe informou que prefere não se manifestar sobre o assunto.

No vídeo que virou viral, Moacir aparece abraçando e beijando três araras azuis. A ação do Ibama foi para vistoriar o balneário onde as araras estavam.

No local, comida humana era dada aos animais silvestres.

“Vende-se os pacotes para os turistas e as pessoas fazem os passeios na cachoeira e após os passeios, depois do almoço, faz a ceva, as aves se aproximam e ai com a ceva, aproxima e eles fazem o registro fotográficos”, explicou a agente ambiental federal, Jussara Barbosa da Fonseca Alves.

Araras ficam boa parte do dia dentro de uma caminhonete. — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena
Araras ficam boa parte do dia dentro de uma caminhonete. — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena

A agente ambiental comenta que a ceva é quando alguém oferece alimento para atrair os bichos e domesticá-los para uso comercial. A atitude é considerada crime ao meio ambiente.

Os fiscais do Ibama apontaram que o balneário tem licença do Instituto do Meio Ambiente (Imasul), que libera o local apenas para visitação e a contemplação da fauna e da flora. O biólogo do Instituto Arara Azul comenta sobre os perigos no contato de humanos com os animais silvestres.

Comida humana ficava exposta de forma proposital aos animais. — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena
Comida humana ficava exposta de forma proposital aos animais. — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena

“É uma questão de segurança pros dois lados. Esse animal, de vida livre, tem seus parasitas, tem uma série de vírus e bactérias que vivem com ele normalmente que forçando este contato a gente aumenta a possibilidade de estar se contaminando também. Então, o ideal é que animal de vida livre, vida silvestre, permaneça no lugar dele, sem nenhum tipo de interferência ou contato”, apontou o biólogo.

Pelo tratamento diferente, o biólogo vê o processo de domesticação das aves. “Pela frequência que elas recebem alguns alimentos que não são adequados, comida de casa, que é bem diferente do que elas comem na natureza, a gente vê que na pena dela já tem aspecto opaco, diferente daquele aspecto vivo que a gente vê nas aves de vida livre”.

Bichos apresentam aspectos diferentes dos encontrados na natureza por conta da domesticação. — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena
Bichos apresentam aspectos diferentes dos encontrados na natureza por conta da domesticação. — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena

Em nota, o Imasul informou aguardar a notificação do Ibama para se manifestar. O g1 tentou contato com a associação das agências de turismo de Bonito, mas não obteve retorno. A Associação Brasileira de Agências de Viagens em Mato Grosso do Sul (Abav-MS) informou que orienta todas as agências a comercializarem pacotes e passeios que sigam as normas sanitárias e legislações ambientais vigentes.

Fonte: g1

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