Cresce o número de casos de abandono de animais em Belo Horizonte, MG

Cresce o número de casos de abandono de animais em Belo Horizonte, MG
Foto: Arquivo Pessoal/ Divulgação

Dados recentes da Prefeitura de Belo Horizonte evidenciam um aumento nos casos de abandono de animais na cidade durante a pandemia do novo coronavírus. Na comparação de janeiro deste ano com janeiro de 2020, o número de animais recolhidos das ruas pelo Centro de Controle de Zoonoses da capital subiu 53,1%.

Patamar parecido registrou a Patrulha Ambiental da Guarda Municipal de Belo Horizonte numa comparação dos registros de maus-tratos a animais entre 2019 e 2020, quando os casos de abandono saltaram 54%.

A prática de abandono de animais configura maus-tratos, crime previsto na Lei Federal 14.064/2020, conhecida como Lei Sansão, em vigor desde setembro do ano passado, e que pode levar a pena de dois a cinco anos de prisão.

“Desde abril, notamos que o número de ocorrências de resgate de animais vagando em via pública tinha crescido, coincidindo com a sensível redução de circulação de pessoas pelas ruas, devido ao isolamento social”, explicou o subinspetor Gilberto Rodrigues, que coordena a Patrulha Ambiental da Guarda Municipal de Belo Horizonte.

Autor do projeto de lei que deu origem à Lei Sansão, o deputado federal Fred Costa (Patriota) afirma que três fatores, aliados ao maior tempo das pessoas em casa durante a pandemia, contribuíram para o aumento no abandono de animais. 

“O primeiro deles, o receio de que os pets poderiam ser transmissores da Covid-19. O que é uma inverdade, não existe nada que comprove. Segundo é a condição socioeconômica das pessoas, que diminuiu, o que pra mim também não é justificativa. Além disso, as características inerentes aos animais, como fazer xixi no lugar errado, latir e roer objetos. Todos esse fatores são os mais comuns, mas são absolutamente injustificáveis para abandonar o animal”, pontua o deputado.

Doadores na internet

Além do crescimento do abandono dos animais, a protetora Mariza Catelli, da ONG Cão Viver, explica que a pandemia fez com que muitas pessoas usassem as redes sociais para fazer apelos para doar os bichos pela internet. 

“O abandono sempre foi muito alto. Mas o que nós temos percebido são os pedidos para ficar com os animais nas redes sociais. Aumentou muito no Instagram e no Facebook. Uns falam que não têm como cuidar, outros que não têm dinheiro. É triste a situação”, lamentou.

Por Bruno Menezes

Fonte: O Tempo

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