Instituto Estadual de Florestas resgata animais em áreas de incêndios em MG

Instituto Estadual de Florestas resgata animais em áreas de incêndios em MG
Filhotes de lobo-guará resgatados por bombeiros durante incêndio este ano (REPRODUÇÃO / SITE IEF)

Animais vítimas de desastres naturais ou provocados, como incêndios florestais nas 94 unidades de conservação de Minas Gerais (UCs), receberão atenção especial em um projeto piloto do Instituto Estadual de Florestas (IEF) com apoio de parceiros.

O projeto nasceu a partir do alto número de ocorrências de incêndio em 2021 e a percepção do risco que isso representa para a fauna silvestre, de acordo com a assessoria do IEF.

O órgão informou que apesar da sede em BH, as ações serão estendidas a todas as regiões do Estado. Por se tratar de um projeto piloto, os dados obtidos nos relatório de incêndios ainda serão processados, assim como os resultados sobre os animais resgatados disponibilizado pela equipe do Grupo de Resgate Animal (GRA) e outras equipes independentes que apoiarem nos incêndios.

“Ainda não temos uma média, considerando que estamos no período crítico, que vai de junho a novembro” disse em nota o IEF.

Logística

Para executar o resgate, a Unidade de Conservação vai acionar a Sala de Situação do Previncêndio, como já é feito no procedimento padrão para o combate aos incêndios florestais, e nesse chamado acrescentará a informação sobre a necessidade de apoio para resgate de fauna. Caso haja essa indicação, a Sala de Situação entrará em contato com o GRA, que alinhará junto com o gerente da UC a ação de resgate. Com a medida, os animais tendem a ser socorridos de maneira mais ágil. Depois de receberem os primeiros socorros, serão encaminhados aos Centros de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (CETRAS) mais próximos. Em Montes Claros a unidade é compartilhada pelo IEF e IBAMA.

Aqueles que conseguirem atingir os critérios de soltura serão reintroduzidos no ambiente natural, em área de ocorrência da espécie. Os animais que não conseguem se recuperar, serão destinados, por exemplo, para zoológicos, mantenedouros e criadouros conservacionistas, autorizados pelo IEF.

Hospital veterinário de portas abertas

As clínicas e hospitais veterinários que estiverem próximos dos locais das ocorrências também poderão receber os animais recolhidos ainda com vida, que tenham sido vítimas de queimaduras, estejam muito feridos ou intoxicados pela fumaça.

Em fase de levantamento dos dados no âmbito regional, o IEF estima que as espécies de baixa mobilidade e que ficam expostas às chamas são as mais afetadas pelo efeito direto do fogo, a exemplo de répteis (serpentes, lagartos), anfíbios, invertebrados, fêmeas com filhotes e filhotes em geral. As espécies com alta mobilidade ou que possuam refúgios subterrâneos têm maiores chances de sobrevivência. Aves, mamíferos de grande porte e grupos alados de insetos têm mais facilidade para escapar dos locais de incêndio.

Lucas Mendes, do Hospital Veterinário/Funorte (ARQUIVO PESSOAL)
Lucas Mendes, do Hospital Veterinário/Funorte (ARQUIVO PESSOAL)

Parcerias

O projeto do IEF tem como parceiros brigadistas, biólogos, bombeiros civis, ONGs e veterinários.

O Hospital Veterinario Renato Andrade/Funorte é parceiro do IEF/CETAS e atende demandas pontuais em parceria com a equipe técnica multidisciplinar do Centro de Triagem de Animais Silvestres – CETAS, de acordo com Lucas Mendes Soares, Gestor Administrativo do Hospital.

“Os estagiários de Medicina Veterinária do órgão são alunos do Centro Universitário Funorte. O Cetas possui uma equipe e um local para atendimento e reabilitação desses animais. Quando é algo mais grave e que eles não possuem estrutura e corpo técnico para o atendimento, entram em contato, e fazemos o atendimento no hospital ou na própria sede do Cetas. Além disso, temos um convênio com o IEF/CETAS, que possibilita a contratação de alunos nossos como estagiários remunerados no órgão”, explicou Lucas.

Por Márcia Vieira

Fonte: O Norte de Minas

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