Mais 12 pinguins encalham mortos em praia de Florianópolis; número passa de 350 nos últimos 50 dias
Mais 12 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foram encontrados mortos encalhados na Praia da Joaquina, em Florianópolis. Eles foram localizados na última terça-feira (19), e resgatados pela Associação R3 Animal.
Dos 382 animais resgatados desde 29 de maio nas praias da capital, 358 foram localizados sem vida. São, em média, 7 pinguins achados mortos por dia. Outros 24 foram resgatados com vida, segundo dados da entidade atualizados até a quinta-feira (21).
As aves localizadas na terça morreram devido à captura incidental em rede de pesca, a chamada bycatch, que mesmo não tendo como alvo os animais marinhos, acabam capturando — e até matando — essas espécies.
O período em que os animais foram localizados coincide com a temporada de chegada da espécie na capital, de acordo com a organização dedicada ao atendimento de animais silvestres.
Nesta época, eles migram da Patagônia e muitos não resistem ao deslocamento, sendo encontrados debilitados ou mortos.
Segundo a Associação R3 Animal, no mesmo período do ano passado, em 50 dias de temporada de pinguins, foram resgatadas 663 aves nas praias. Ao menos 595 já estavam mortas.
Reabilitação
Além de resgatar os animais mortos, a associação também trabalha na reabilitação de pinguins e outros animais. Eles ficam no centro de pesquisa, onde há uma piscina para nadarem e até mesmo incubadoras (veja fotos).
Balanço do ano
A R3 Animal também apurou que dos 513 animais marinhos encontrados nas praias de Florianópolis em 2022, 430 estavam mortos, número que corresponde a 83% do total de ocorrências. Os números foram atualizados em 5 de julho.
Segundo Cristiane Kolesnikovas, coordenadora do PMP-BS em Florianópolis e presidente da R3 Animal, a morte dos animais marinhos tem duas razões principais. Ela considera, primeiro, as ocorrências por causas naturais, doenças e aquelas relacionadas a efeitos climáticos. Um exemplo, segundo ela, é a incidência de tornados, que levam mamíferos a encalhar na costa.
A segunda razão é a poluição humana, que integra as chamadas causas antrópicas.
“Nesse caso entram a poluição dos mares, resíduos sólidos, lixo que a gente encontra nos corpos desses animais e esgoto. A gente encontra, por exemplo, gaivotas intoxicadas, que tiveram contato com lixo contaminado”, detalha Kolesnikovas.
O que posso fazer se encontrar um animal marinho morto ou debilitado?
- Caso encontre um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341;
- mantenha distância e ajude a isolar a área;
- evite contato desses mamíferos ou outros animais silvestres com bichos de estimação, pois eles podem transmitir doença entre si. Os cachorros também podem atacar o animal;
- evite tirar fotos com o uso de flash, nem forneça alimentos ou force o animal a entrar na água.
Por Caroline Borges, g1 SC
Fonte: G1