Mais de 500 animais foram encontrados em situação de maus-tratos em ONG

Mais de 500 animais foram encontrados em situação de maus-tratos em ONG
Divulgação, PCMS

Funcionários da ONG (Organização Não Governamental) em que a protetora de 54 anos foi detida em flagrante na sexta-feira (19) na região do Coronel Antonino em Campo Grande, confirmaram a presença de mais de 500 animais. Cachorros e gatos foram encontrados em situação de maus-tratos pela Polícia Militar Ambiental.

Segundo informações do registro policial feito após a ocorrência, os militares receberam denúncia de que a protetora da ONG estaria com um macaco prego, sem autorização ou licença ambiental.

Assim, a equipe foi até a ONG e conversou com a protetora, que relatou que administra e financia o estabelecimento sozinha. Ela tem três funcionários diaristas, dois acadêmicos de medicina veterinária voluntários e mais uma funcionária.

Essa última seria responsável pela limpeza no local. No entanto, os policiais encontraram vários animais em um local com mau cheiro e em desconformidade com a legislação.

Em um dos recintos, uma cozinha, havia vários animais em gaiolas. Já em outro cômodo estavam várias gaiolas com gatos e cães soltos. O ambiente era bastante sujo, com fezes e urina e um forte cheiro de amônia.

Também segundo a polícia, no cenário foi localizada uma mesa de procedimento cirúrgico com remédios e jornais espalhados pelo chão. Nos outros cômodos também foram encontrados mais animais em gaiolas e soltos.

ONG onde animais foram encontrados. (Henrique Arakaki, Midiamax)
ONG onde animais foram encontrados. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Alguns animais doentes foram encontrados junto com animais saudáveis em recintos improvisados. Ainda de acordo com a polícia, alguns desses animais tinham características de leishmaniose.

O espaço era totalmente insalubre e sem o mínimo de equipamentos de proteção individual. Os funcionários se apresentaram como voluntários e relataram que ali havia ao menos 110 cães e 450 gatos, num total de 560 animais.

Além da PMA, também estiveram no local a Perícia, Ministério do Trabalho, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), que fez a prisão em flagrante da suspeita.

O que diz a lei

Segundo o sargento Montania, da PMA (Polícia Militar Ambiental) além do documento vencido, o local funcionava de forma irregular. Isso porque a lei permite a permanência de somente 1 animal para cada 6 metros quadrados.

Além disso, a ONG estaria habilitada para funcionar apenas como lar temporário dos bichos, e não abrigo fixo. Definido como “totalmente insalubre”, o local tem fezes e xixi espalhados por vários cômodos e o mau-cheiro é forte, podendo ser percebido desde o lado externo do imóvel.

A polícia encontrou a maioria dos felinos presos em gaiolas. As equipes flagraram um freezer, com diversos medicamentos.

A defensora de animais estava acompanhada de dois advogados e foi enquadrada no art. 32 da Lei 9.605, que prevê de 2 a 5 anos de detenção em caso de maus-tratos a animais e também pagamento de multa que pode chegar ao valor de R$ 175 mil.

Ainda segundo a PMA, a mulher também vai responder pelo art. 29 do decreto 6.514, cuja pena administrativa prevê pagamento de multa de R$ 500 por animal. Caso algum macaco seja encontrado no local, a PMA será acionada novamente para que mais penalidades sejam aplicadas contra a mulher.

Além disso, pesa sobre ela a suspeita de desrespeito a leis trabalhistas. O Ministério do Trabalho também esteve no local e averigua as condições da relação de trabalho entre a protetora de animais e supostos voluntários que atuam na ONG.

Fonte: Midiamax via Ponta Porã Informa

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