Pandas acasalam durante isolamento após 10 anos e provam que zoológicos tem que acabar

Pandas acasalam durante isolamento após 10 anos e provam que zoológicos tem que acabar
Le Le e Ying Ying conseguiram um momento de intimidade e depois de dez anos, finalmente conseguiram se reproduzir.

Existem apenas 1864 pandas gigantes ao redor de todo mundo, segundo a Worldwide Fund for Nature. Graças a dificuldade destes animais em sentir libido e se reproduzir, a manutenção da espécie é muito complicada. Mas, no meio da quarentena, quando não tinha ninguém olhando, dois pandas do zoológico de Ocean PArk, em Hong Kong, finalmente encontraram a intimidade e acasalaram.

Não existem evidência de que, de fato, os pandas tenham conseguido por causa da quarentena. Mas, segundo os biólogos do Ocean Park, Ying Ying (macho) e Le Le (fêmea) estão juntos desde 2007 e desde 2010 estão em idade para a reprodução. Agora a esperança é que tenha havido fecundação e que novos pandas nasçam para ajudar a proliferação da espécie.

Como as pandas fêmeas ficam férteis somente uma vez por ano, o processo é bastante delicado. Le Le deixou alguns rastros com seu cheiro e Ying Ying foi seguindo eles até que o momento aconteceu. Infelizmente, só poderá ser possível saber ela está grávida entre 14 e 17 dias antes do parto. A gestação pode durar algo entre 74 e 326 dias.

“Desde que ambos chegaram em Hong Kong, em 2010, e com tentativas de acasalamento natural desde 2010, eles falharam até esse ano, após muitas tentativas e aprendizados. Esse fato é extremamente inspirador para todos nós, tendo em vista que a probabilidade de gravidez através de sexo espontâneo é muito mais alta do que por inseminação artificial”, disse Michael Boos, diretor do Ocean Park.

O fim dos zoológicos

O fato levou ao debate sobre a própria existência de zoológicos. Apesar da importância da preservação de algumas espécies em risco por alguns zoológicos, o modelo de entretenimento para o homem pode não ser o melhor para a conservação de muitos animais. Maus-tratos e depressão são comuns em muitos desses espaços ao redor do mundo, e é necessário pensar em outros modelos de preservação.

“Animais em zoológicos sofrem tremendamente, tanto fisicamente quanto mentalmente. Eles muitas vezes demonstram comportamentos neuróticos. Não é surpreendente, afinal, a jaula de um urso polar é um milhão de vezes menor do que seu habitat natural.”, afirma Mimi Bekhechi, diretora da PETA à National Geographic.

“Apenas 15% das espécies presas em zoológicos são consideradas ameaçadas”, adicionou Will Travers, diretor de cinema e presidente da ONG Born Free. “E uma porção ainda menor faz parte de programas de reproduções e, destes, poucos foram devolvidos à natureza. Não há nada que justifique milhões de animais selvagens mantidos em zoos”.

Por isso, cidades como o Rio de Janeiro já estão transformando seus zoológicos em bioparques, onde os animais ficam mais livres. Em São Paulo, a construção de novos enclausuramentos de animais foi proibida.

Por Yuri Ferreira

Fonte: Hypeness


Nota do Olhar Animal: Aumentar as jaulas ou os recintos não serve para os animais. É apenas uma forma que os exploradores de animais encontraram para manter a rentável exploração, sem preocupação real com os bichos.

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