Pet shop é denunciado após cão morrer e loja tentar dar outro em troca

Pet shop é denunciado após cão morrer e loja tentar dar outro em troca
O cão Paçoca, da raça poodle, morreu atropelado quando tinha 3 anos de idade. -Foto: arquivo pessoal

Um poodle de apenas três anos de idade morreu após ser atropelado na BR-381 em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O cão, porém, estava sob os cuidados de um pet shop, localizado no bairro Riacho das Pedras. Quando o animal iria ser devolvido à tutora, os proprietários da loja informaram sobre a fatalidade, e tentaram dar outro cachorro como forma de consolação, porém, não foi aceito.

De acordo com o boletim de ocorrência feito pela Polícia Militar (PM), na manhã da última quarta-feira (6), o dono da loja foi até a casa de sua cliente pegar o animal de estimação dela, para dar banho e tosa.

Quando foi por volta de 14h30, o proprietário ligou para tutora do cão, uma senhora de 59 anos, e disse que o animal estava pronto, e iria devolvê-lo. Entretanto, quando chegou à casa da cliente, ele teria tentado entregar um filhote de shih tzu, uma raça diferente, pois o Paçoca, que é o cachorrinho dela, havia fugido e sido atropelado, e que esse “novo” cão era para amenizar a dor.

A dona, porém, recusou o “presente”, e disse que um cachorro não substituiu o outro. “Ele correu por mais de um quilômetro até ser atropelado na BR. O dono do estabelecimento disse que tentou correr atrás dele, mas não conseguiu”, relatou Diego Busato, de 26 anos, filho da dona do cão.

Mais tarde, Diego foi até o local para saber mais detalhes do ocorrido, mas nada ficou acertado quanto à indenização. “Acreditamos que isto aconteceu por irresponsabilidade deles, por ter deixado a porta aberta e permitido que o bichinho fugisse, e ainda corrido. Eles tentaram dar um outro cachorro para minha mãe, mas nós não aceitamos, só pioraria a situação”, concluiu.

Outro lado

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com o pet shop. Os proprietários confirmaram o ocorrido, e o classificaram como uma fatalidade. Eles disseram que a tutora do Paçoca é cliente da loja há mais de 10 anos, e nunca tiveram qualquer problema com ela.

O estabelecimento informou ainda que após o cachorro estar pronto, ele foi colocado em uma caixa, mas ele pulou da estrutura e fugiu. O dono da loja saiu correndo atrás dele, mas infelizmente, não conseguiu alcançá-lo e, após invadir a rodovia, foi atropelado e morreu.

No dia seguinte ao ocorrido, o pet shop também fez um boletim de ocorrência, acusando a filha da tutora do cão que morreu de difamação. Ela postou fotos e textos no Facebook supostamente denegrindo e expondo a imagem e o nome da empresa.

Perguntado sobre a informação de que teria oferecido um outro cão em troca, o proprietário do estabelecimento disse que, por orientação de seus advogados, só forneceria mais informações sobre o caso após decisão judicial.

A Polícia Civil informou que as possíveis infrações penais denunciadas nos boletins de ocorrência são maus-tratos e difamação. Por esta razão, os casos serão encaminhados para a Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal, em Contagem. 

Por Gabriel Moraes 

Fonte: O Tempo

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