Portugal: Homem que maltratou cães já não é bombeiro na Barquinha

2 de dezembro de 2022

Se o caso de maus-tratos a cães na Atalaia já, por isso só, era inaceitável, o facto de o autor dessas agressões ser bombeiro em Vila Nova da Barquinha está a gerar ainda mais indignação e revolta.

Mais de 2.500 pessoas já assinaram uma petição para que o indivíduo seja expulso daquela corporação de bombeiros.

Mas a instituição antecipou-se e já emitiu um comunicado onde refere que “desconhecia totalmente a situação, tendo conhecimento da mesma pelas redes sociais” e informa que o bombeiro voluntário, “sem qualquer contrato de trabalho, solicitou, de forma voluntária a exoneração do seu cargo e função, o que produz efeitos imediatos, não fazendo nesta data, parte deste corpo de bombeiros”.

“O comando e respetivos operacionais deste corpo de bombeiros, não se reveem nas atitudes e atos praticados pelo elemento em causa, lamentando o sucedido e repudiando os mesmos”, lê-se no comunicado.

A corporação considera “fundamental que os tribunais sejam exemplares na aplicação da Justiça, dentro da máxima “dura lex, sed lex” (a lei é dura, mas é a lei), e a comunidade respeite os Direitos Fundamentais do Homem, da Mulher e dos Animais”.

Na petição online lê-se: “A sociedade não se revê nestes valores e não tolera que uma pessoa contra a qual existe uma prova legal (porque o vídeo foi filmado e publicado com consentimento do agressor) e irrefutável de um crime, esteja ao serviço de uma organização que existe para proteger as pessoas”. No texto, considera-se ser “inadmissível que um criminoso exerça as funções de bombeiro”.

Tudo começou com uma denúncia junto do IRA – Intervenção e Resgate Animal, acompanhada de vídeos elucidativos das agressões e dos maus tratos a que cinco cães eram sujeitos na casa do indivíduo, na Atalaia, perto do Entroncamento.

Segundo o IRA, os animais estavam “numa nojeira autêntica. Tudo repleto de fezes, colchões ardidos, lixo, sucata, etc.”. Alguns eram agredidos com uma barra de ferro.

Com o apoio da GNR e do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza, os animais foram recolhidos no canil municipal de Torres novas. O IRA aguarda autorização do ICNF para recolher os cães, recuperá-los e disponibilizá-los ara adoção. Ao mesmo tempo vai avançar com uma queixa no tribunal contra o agressor.