Sindicância investiga tentativa de envenenamento no canil municipal de Piracicaba, SP
Um funcionário do Canil Municipal de Piracicaba, no bairro Jupiá, é suspeito de tentar envenenar um cachorro que está para adoção com dois litros de água sanitária, em 2 de janeiro. Um B.O. (Boletim de Ocorrência) foi aberto no 2o DP (Distrito Policial) em 15 de janeiro. Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que recebeu a denúncia e que abriu sindicância para apurar os fatos.
“Com base em denúncias, [a Secretaria] tomou as providências legalmente cabíveis e solicitou, no dia 17 de janeiro de 2020, para a Comissão de Sindicância da Procuradoria-Geral do Município, a abertura de processo administrativo disciplinar para apurar os fatos”, informou a pasta, em nota.
A Comissão de Proteção dos Animais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Piracicaba foi acionada por protetores e também apura os fatos com interlocução com o Ministério Público.
Segundo a presidente da Comissão, Vanessa Moura, em junho de 2019 já havia sido aberto outro B.O. contra o mesmo funcionário por maus tratos a animais no canil.
No caso deste mês, segundo Vanessa, representantes do canil dizem ter testemunhado o funcionário “manejando vários animais de forma hostil e agressiva”. O funcionário alegou, em seu depoimento, que foi atacado pelo cachorro e que não tem treinamento para lidar com os animais. Porém, veterinários do canil afirmam que o cachorro não era agressivo.
“Ao comparecerem na baia, contataram que o bebedouro desse animal foi abastecido com dois litros de água sanitária. Seria uma situação que levaria o animal ao óbito por envenenamento”, conta Vanessa. O B.O. foi fundamentado no artigo 32 da lei 9.605/98 de proteção ao meio ambiente.
O funcionário continua trabalhando no canil. Na próxima semana, a Comissão vai protocolar o pedido de afastamento dele até o término das investigações, uma vez que já existe um B.O. de natureza semelhante contra ele.
“Nós entramos em contato com a Procuradoria […] e eles informaram que como existe todo o processo legal para que ele se defenda, eles não iam suspender de forma preventiva e que o canil foi orientado que esse funcionário seja acompanhado de alguém até o término da investigação”, conta Vanessa.
A investigação é coordenada pela promotora de justiça, Sandra Regina Ferreira da Costa.
Por Andressa Mota
Fonte: Jornal de Piracicaba