Sindicância investiga tentativa de envenenamento no canil municipal de Piracicaba, SP

Sindicância investiga tentativa de envenenamento no canil municipal de Piracicaba, SP
Servidor do Canil Municipal teria tentado envenenar cão no início do ano. (Crédito: Claudinho Coradini/JP)

Um funcionário do Canil Municipal de Piracicaba, no bairro Jupiá, é suspeito de tentar envenenar um cachorro que está para adoção com dois litros de água sanitária, em 2 de janeiro. Um B.O. (Boletim de Ocorrência) foi aberto no 2o DP (Distrito Policial) em 15 de janeiro. Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que recebeu a denúncia e que abriu sindicância para apurar os fatos.

“Com base em denúncias, [a Secretaria] tomou as providências legalmente cabíveis e solicitou, no dia 17 de janeiro de 2020, para a Comissão de Sindicância da Procuradoria-Geral do Município, a abertura de processo administrativo disciplinar para apurar os fatos”, informou a pasta, em nota.

A Comissão de Proteção dos Animais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Piracicaba foi acionada por protetores e também apura os fatos com interlocução com o Ministério Público.

Comissão da OAB reuniu a imprensa para falar sobre a investigação. (Crédito: Claudinho Coradini)
Comissão da OAB reuniu a imprensa para falar sobre a investigação. (Crédito: Claudinho Coradini)

Segundo a presidente da Comissão, Vanessa Moura, em junho de 2019 já havia sido aberto outro B.O. contra o mesmo funcionário por maus tratos a animais no canil.

No caso deste mês, segundo Vanessa, representantes do canil dizem ter testemunhado o funcionário “manejando vários animais de forma hostil e agressiva”. O funcionário alegou, em seu depoimento, que foi atacado pelo cachorro e que não tem treinamento para lidar com os animais. Porém, veterinários do canil afirmam que o cachorro não era agressivo.

“Ao comparecerem na baia, contataram que o bebedouro desse animal foi abastecido com dois litros de água sanitária. Seria uma situação que levaria o animal ao óbito por envenenamento”, conta Vanessa. O B.O. foi fundamentado no artigo 32 da lei 9.605/98 de proteção ao meio ambiente.

O funcionário continua trabalhando no canil. Na próxima semana, a Comissão vai protocolar o pedido de afastamento dele até o término das investigações, uma vez que já existe um B.O. de natureza semelhante contra ele.

“Nós entramos em contato com a Procuradoria […] e eles informaram que como existe todo o processo legal para que ele se defenda, eles não iam suspender de forma preventiva e que o canil foi orientado que esse funcionário seja acompanhado de alguém até o término da investigação”, conta Vanessa.

A investigação é coordenada pela promotora de justiça, Sandra Regina Ferreira da Costa.

Por Andressa Mota

Fonte: Jornal de Piracicaba

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.