Violência contra animais é relacionada à violência contra humanos
O Setor de Bem Estar Animal, da Fundação do Meio Ambiente de Guaramirim, SC, está realizando em parceria com a Secretaria da Educação o projeto “Animal eu curto, eu cuido!”. A médica veterinária Marister Câmara Canto já concluiu o ciclo de palestras com os professores da rede municipal e nos meses de agosto e setembro falará para as crianças.
A ideia, segundo Marister, é desenvolver a conscientização sobre a guarda responsável e bem estar dos animais por meio da promoção de valores como compaixão, responsabilidade e respeito por qualquer forma de vida. O que se busca é a mudança de atitudes por parte dos alunos para que se tornem os agentes transformadores no meio onde estão envolvidos.
Com os professores o assunto foi abordado de forma mais profunda, ressaltando a relação da violência entre as pessoas com a crueldade com os animais. A veterinária Marister, com 13 anos de trabalho na Prefeitura de Guaramirim, explica que encontra animais maltratados inseridos em situações onde se verifica também violência doméstica, maus-tratos a idosos e crianças.
Com a iniciativa Marister Canto pretende chamar atenção das autoridades e profissionais para que fiquem alerta a qualquer situação de maus-tratos aos animais, uma vez que além do animal que sofre, existem evidências confirmadas em pesquisas que a crueldade com animais é um indicador que também pode estar ocorrendo violência contra pessoas. “O objetivo de abordar esse assunto é para que, identificada situação de maus tratos aos animais, os profissionais atuem de modo a romper o ciclo de violência”, completa.
Nota do Olhar Animal: Sim, a violência contra animais não humanos e contra humanos tem a mesma origem e isto vem sendo amplamente documentado não de agora. Ambas as formas de expressão desta violência devem ser enfrentadas, independentemente de quem sejam as vítimas, se animais humanos ou não. MAS HÁ QUE SE TER CUIDADO ao expor este vínculo, para que não fique entendido que o combate à violência contra os animais não humanos só se justifica por conta desta conexão, como se a vida dos bichos não tivesse valor próprio, como se os atos ou omissões danosos contra ela não fossem motivo suficiente para o repúdio e a ação contrária. Ainda que a constatação do vínculo colabore para otimizar ações de combate a todas as formas de violência, é preciso ficar claro que a vida dos animais não humanos tem valor próprio. Transmitir valores relacionados ao respeito e à justiça em relação a outros seres é bem mais importante do que reforçar a ideia já tão arraigada de auto-preservação dos humanos, que é o que ocorre quando se expõe o vínculo entre as violências de forma meramente descritiva.
Estas nota não se refere especificamente às palestras indicadas na notícia, pois não conhecemos o teor delas. São considerações genéricas.