Baleias bebês “sussurram” com mães para evitar predadores; ouça

Baleias bebês “sussurram” com mães para evitar predadores; ouça
Foto: Fredrik Christiansen / Functional Ecology / Reprodução

As baleias jubarte são conhecidas por suas migrações épicas que as levam das águas polares do Ártico e da Antártida, onde se alimentam durante o verão, para as águas tropicais e subtropicais, onde acasalam e dão à luz durante o inverno.

A viagem de retorno aos polos é crítica para a sobrevivência dos filhotes, por se tratar de um período em que eles estão muito vulneráveis à ataques de predadores ou a se enroscar em redes de pesca industrial. O que acontece nessas longas travessias marcadas por uma forte relação entre mãe e prole, entretanto, é praticamente um mistério para os cientistas.

Para reduzir essa lacuna de conhecimento, especialmente em relação ao processo de aleitamento, cientistas implementaram multissensores em oito baleias jubarte bebês e duas mães.

“Entender o comportamento do aleitamento neonatal é fundamental para a compreensão da energia e evolução do comportamento migratório da baleia jubarte e para ajudar nos esforços de conservação, mas apesar de sua importância, muito pouco se sabe sobre os detalhes, a taxa e o contexto comportamental desse processo”, dizem os pesquisadores.

Os sensores, dotados de ventosas que se fixam na pele dos animais por um período de 8 a 68 horas, revelaram um tipo de som emitido pelos bebês, quando estes nadavam ao lado das mães, que surpreendeu os cientistas.

Em vez de emitirem uma vocalização longa e elaborada, característica da espécie, eles parecem “sussurrar” ao se comunicarem com as mães, usando “vocalizações de baixo nível”, de acordo com os cientistas, que gravaram com sucesso os sons.

Os pesquisadores acreditam que as mães e os bebês se comunicam calmamente para evitar serem ouvidos por baleias assassinas ou baleias jubarte macho que estão em busca de um companheiro.

Ouça um trecho da gravação do “sussurro” de um bebê jubarte obtido pela rede NPR:

Entender o comportamento do sussurro é mais uma razão importante para se controlar a poluição sonora quando se fala em conservação do habitat das baleias.

Segundo a pesquisa, que foi publicada no periódico científico Functional Ecology, as “chamadas fracas” entre a mãe e o filhote são muito sensíveis aos ruídos no ambiente provenientes de atividades humanas, como o barulho de um navio, por exemplo, aumentando assim o risco de separação entre os dois.

Fonte: Gazeta Online 


Nota do Olhar Animal: Ser predado é experiência nem um pouco positiva para os animais. A presa morre ou escapa com sequelas que não permitem mais que viva normalmente. E mesmo os predadores acabam vitimados por suas ações. Há muito sofrimento na natureza: pela predação, pela inanição, por desastres naturais, etc. Os animais acabaram por desenvolver habilidades para sobreviver neste ambiente natural extremamente hostil. E se for possível evitar todo este sofrimento SEM CAUSAR DANOS A PREDADORES OU PRESAS, não temos a obrigação moral de agir neste sentido? Cremos que sim. E isto já acontece cotidianamente, são muitos os exemplos de intervenção para preservar o bem estar e a vida de animais silvestres.

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