A polémica decisão de uma cidade alemã de matar pombos partindo-lhes o pescoço

A polémica decisão de uma cidade alemã de matar pombos partindo-lhes o pescoço
Getty Images

A cidade de Limburgo, na Alemanha, aprovou recentemente um “abate seletivo” de pombos para os próximos dois anos. O método, contudo, tem gerado controvérsia e protestos de ativistas dos direitos dos animais.

A decisão vem depois dos resultados de uma contagem – feita no início do ano – de pombos selvagens, que concluiu existirem na cidade entre 700 a 1000 pombos. O número levou o Comité Ambiental de Limburgo a propor um método de abate manual das aves ao partir-lhes o pescoço. O Conselho Municipal, com exceção do Partido Verde, votou e aprovou na última segunda-feira a recomendação e quer agora entregar a tarefa a um especialista que implemente o método nos próximos dois anos. Após este período, será feita uma avaliação sobre a efetividade do processo e futuros métodos de controlo de natalidade da espécie.

O método consiste na construção de um pombal especial com comida – que funciona como uma armadilha –ao atrair e prender os pombos no seu interior. Já dentro da instalação, um profissional procede à exterminação dos animais capturados. O método foi também avaliado por um falcoeiro e caçador que aconselhou o Comité Ambiental na sua decisão. “O pombo tem de ser atordoado primeiro, claro. É uma pancada na cabeça com um pau de madeira. Depois de atordoado, o pescoço é partido. É uma morte secundária”, explicou o falcoeiro Berthold Geis, em entrevista à Sky News.  

O Comité Ambiental da cidade estima que o plano vá custar cerca de 20 mil euros – uma opção significativamente mais barata que o “método de Augsburgo” – com um custo de 90 mil euros – que tem sido implementado noutras cidades da Alemanha. Este sistema envolve a construção de pombais para alojar os pombos de modo a controlar mais facilmente a sua natalidade. A Câmara Municipal argumenta, no entanto, que o abate manual das aves possui mais vantagens económicas e que vai limitar a população de pombos de forma mais rápida e eficaz.

No entanto, ainda é necessário verificar se o método é legalmente permitido. Antes de ser implementado, o plano deverá ser ainda aprovado pelo gabinete veterinário do distrito de Limburgo-Weilburg, uma vez que, de acordo com a lei na Alemanha, o abate de animais é uma medida de último recurso. Caso os veterinários não levantem preocupações, a cidade vai poder abrir um concurso para contratar o exterminador de pombos.

A decisão tem gerado muita polémica entre a Proteção Animal da Alemanha e a Associação Alemã para o Bem-Estar dos Animais que consideram que a medida não apenas levanta questões éticas como a quebra da lei de proteção animal. “Estamos chocados com o facto de a Câmara Municipal ter decidido matar os pombos apesar dos imensos protestos e sabendo que existem opções mais suaves, mais compatíveis com o bem-estar animal e mais sustentáveis para a gestão dos pombos urbanos. Não vamos aceitar isto”, referiu Ute Heberer, presidente da Associação Estatal de Bem-Estar Animal de Hesse.

Também o Ministério do Ambiente e vários grupos de defesa animal têm pressionado a Câmara Municipal da cidade para considerar outros métodos – mais humanos – de controlo à natalidade dos pombos. Na segunda-feira à noite, foi organizado um protesto contra a medida frente ao órgão municipal de Limburgo.

Fonte: Visão Verde / mantida a grafia lusitana original

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