Alguns semáforos na Europa estão a pedir às pessoas para se tornarem vegans

Alguns semáforos na Europa estão a pedir às pessoas para se tornarem vegans
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Em vez de ser verde para andar e vermelho para parar, é verde para “torne-se vegan” e vermelho para “deixe a carne”. Nos últimos meses, dezenas de semáforos em Bruxelas, na Bélgica, fazem mais do que ordenar o trânsito: tentam encorajar os cidadãos a pararem de comer carne e a tornarem-se vegans para salvar o planeta e o ambiente.

A iniciativa começou no final do ano passado e deixa muita gente confusa: por um lado, fazem-se elogios à mensagem mas também se critica a utilização de equipamentos públicos para passá-la; e por outro porque, oficialmente, ainda não se sabe quem é que está a transformar os semáforos em máquinas ativistas pelo veganismo.

Numa altura em que a questão das alterações climáticas e do impacto que o consumo de carne tem no meio ambiente é mais pertinente do que nunca, são muitas as manifestações de ativismo em diversas cidades mundiais.

Nos Estados Unidos, aparecem autocolantes há anos a pedir às pessoas para pararem de “comer animais”. E na Europa, diversos movimentos, em muitos casos encabeçados por adolescentes e estudantes, têm promovido manifestações pacíficas e greves de aulas às sextas-feiras em luta por um futuro mais sustentável para o planeta — e por mais atenção da classe política ao assunto.

Em Bruxelas não é a primeira vez que os semáforos são usados para passar mensagens: houve uma iniciativa semelhante em 2017 quando se lia, no vermelho, “stop CETA”, um acordo entre a União Europeia e o Canadá que facilita as trocas económicas e comerciais.

As primeiras luzes alteradas em nome da causa vegan datam do final de novembro de 2018 e encontravam-se nos cruzamentos à entrada da cidade mas foram entretanto aparecendo em ruas mais centrais.

Segundo a NiT apurou, existe um destes semáforos na Av. Reine Fabiola, no centro da cidade, sendo que a sua alteração (aqui e nos restantes locais) pode dar multa, por ser uma degradação do património urbano.

https://www.facebook.com/407908132736032/photos/a.407915172735328/975226256004214/?type=3

Apesar de não se conhecer a autoria dos semáforos adulterados, um ativista de direitos dos animais e artista de rua vegan, de seu nome Misteruncertain, publicou um post no Facebook a reclamar crédito por espalhar a mensagem. Mas não fica claro se terá mudado os semáforos ou se estará simplesmente a referir-se ao facto de a sua conhecida luta pela causa chegar, agora, a mais pessoas.

Os semáforos de apelo ao veganismo já terão entretanto extravasado Bruxelas e começado a aparecer também em Düsseldorf, na Alemanha.

A causa ganhou ainda mais força quando, no final do ano passado, um estudo, publicado no prestigiado jornal científico “Nature”, afirmou que o mundo precisa de reduzir substancialmente a quantidade de carne que consome. E que, se isso não acontecer, podemos assistir a um colapso climático global.

Segundo meios internacionais, o passado mês de janeiro — que desde 2014 é “Veguanary” e apela a mais pessoas a aderir à causa vegan — , bateu todos os recordes este ano: 250 mil pessoas aceitaram o compromisso de se tornarem vegans em 2019.

Por Patrícia Naves

Fonte: Nit


Nota do Olhar Animal: Quando as pessoas declaram que deixam de consumir carne ou outros produtos de origem animal pelo “meio ambiente” e não incluem e destacam os animais entre suas preocupações, vê-se que a motivação é bastante egoísta. “Meio ambiente” neste caso significa “própria pele”. Triste esta incapacidade de pessoas se levarem em consideração os danos que causam aos outros.

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