Câmara Municipal discute fim do zoológico em São Paulo

Câmara Municipal discute fim do zoológico em São Paulo
Discussão sobre o futuro do zoo promete esquentar a Câmara (Foto: Arquivo Pessoal)

A próxima segunda-feira, dia 2, promete ser de temperatura elevadíssima na Câmara Municipal de São Paulo. Das 10 horas ao meio-dia, uma audiência pública vai discutir o “papel do zoológico no século XXI”.

Quem está à frente do debate é o vereador Reginaldo Tripoli (PV), irmão mais novo de dois políticos –Ricardo e Roberto– com atuação proeminente na defesa dos animais. Tripoli sabe que o terreno é pantanoso e que São Paulo, provavelmente, servirá de paradigma para outras cidades, por isso, evita cravar uma extinção do zoológico pura e simples. Quer, inicialmente, que seja impedida a vinda de novos animais. O que vier depois precisa ser amplamente debatido por toda a sociedade.

O zoológico de São Paulo é administrado pelo Estado, mas o terreno pertence à Prefeitura. Ciente de que a Câmara não tem poderes para fechá-lo, o vereador pretende que a discussão sinalize o que pensa a população.

Apesar de reconhecer a função do zoológico para o lazer e a educação infantil, ele pergunta: “Será que as milhares de crianças frequentadoras desses parques estão realmente aprendendo sobre as espécies em exposição, suas necessidades e riscos? É justo manter animais em cárcere perpétuo para diversão dos humanos?” E mete o dedo numa questão que permeia toda a discussão sobre o fim dos zoológicos: “As crianças estressam os animais”.

Vista de animais no zoológico de São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal)
Vista de animais no zoológico de São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal)

Tripoli está no seu primeiro mandato, mas não é nenhum tonto. Tem noção de que está entrando num rio repleto de jacarés ao provocar um embate animais-crianças, mas afirma que a qualidade de vida do bicho também precisa ser respeitada: “Os caras estão presos e não fizeram nada”. Pede uma reflexão sobre “até que ponto o estudo científico e a educação ambiental estão perdendo espaço para a mercantilização dos animais e mascotização da vida selvagem”.

Ultimo levantamento feito em 2013 revelou que o Brasil tem 110 zoológicos; desses, 31 são particulares. Inaugurado em 1958, o de São Paulo tem 824.529 metros e é o quarto maior do mundo. Com mais de 3.200 animais em exibição, recebe anualmente uma média de 1,6 milhão de pessoas.

É com um olho nessa multidão e outro nos animais que a Câmara de São Paulo começa a discutir o futuro do zoológico.

Fonte: R7


Nota do Olhar Animal: Há uma ENQUETE na página do R7. A questão colocada é “Você é a favor ou contra o fim dos zoológicos?“. Vote ‘A FAVOR‘ do fim dos zoológicos. Zoológicos são instituições extremamente danosas aos animais. Não cumprem qualquer papel educativo, ao contrário, o exemplo que dão é o da violação dos direitos mais básicos dos animais, confinando-os perpetuamente com o mero propósito de satisfazer a curiosidade das pessoas, de entretê-las. Mesmo o questionável papel conservacionista não é cumprido. São bem raros os casos de libertação de animais ameaçados de extinção. As próprias condições do cativeiro ou não permitem a reprodução ou afetam o comportamento do animal, impedindo que seja solto na natureza.

Veja alguns artigos sobre o tema:

Palestrantes

Segundo a assessoria do vereador Reginaldo Tripoli, os palestrantes confirmados na audiência da próxima segunda-feira são:

  • Roberto Cabral Borges – Coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama
  • Cristina Harumi Adani – Coordenadora de Fauna e Médica Veterinária da Associação Mata Ciliar
  • Pedro Ynterian – Presidente do Projeto GAP
  • Paulo Magalhães Bressan – Diretor-Presidente da Fundação Parque Zoológico de São Paulo
  • Mara Cristina Marques – Presidente da APAZA – Associação Paulista de Zoológicos e Aquários

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