Ceará terá quarentenário para tartarugas encalhadas no primeiro semestre de 2021

Ceará terá quarentenário para tartarugas encalhadas no primeiro semestre de 2021
Órgãos ambientais e voluntários devem integrar a equipe mobilizada ao atendimento das cinco espécies de animais marinhos. — Foto: Agência Diário

Um quarentenário para tratamento de tartarugas marinhas encalhadas será instalado no Ceará, por meio da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará, com previsão de entrega para o fim do primeiro semestre de 2021. O equipamento evitará o transporte dos animais para o Rio Grande do Norte, onde fica o centro de cuidados mais próximo.

Órgãos ambientais e voluntários devem integrar a equipe mobilizada ao atendimento das cinco espécies de animais marinhos.

O quarentenário deve funcionar no Centro de Estudos Ambientais Costeiros do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (UFC), localizado no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza.

Segundo o professor Marcelo Soares, no local serão feitos atendimentos de emergência e análises dos animais recebidos. “Vamos ter uma área com tanques, organizar a captação de água e vamos disponibilizar laboratórios que vão servir para fazer análises da saúde dos animais e possíveis patógenos que estejam prejudicando a saúde deles. Vai ser possível fazer alguns procedimentos laboratoriais de estabilização desses animais”, explica. As ideias estão em análise pela diretoria do Labomar e reitoria da UFC.

Com isso, os atendimentos especializados serão feitos com maior rapidez de modo a evitar mortes, como espera o titular da secretaria, Artur Bruno. “É uma demanda antiga dos ambientalistas do Estado porque nós temos esse problema em quase todo o litoral, são 20 municípios litorâneos, e segundo o Instituto Verdeluz, só esse ano, foram em torno de 100 tartarugas que ou chegaram mortas ou encalharam nas praias com problemas de saúde”, acrescenta. 

Vulnerabilidade dos animais
 
No Ceará vivem cinco espécies de tartarugas marinhas: tartaruga verde, tartaruga de pente, tartaruga oliva, tartaruga cabeçuda e tartaruga de couro. O grupo desperta preocupação de ambientalistas pelo risco de extinção.

Representantes de cada organização se reuniram na última semana para definir detalhes do projeto como a capacidade de atendimento, tamanho da equipe. Veículos também devem ser adquiridos para o transporte das tartarugas e há articulação para apoio do Corpo de Bombeiros na iniciativa.

Também será feita conscientização ambiental sobre os procedimentos para o resgate adequado nas regiões com maior número de encalhes.

Para atender os animais marinhos serão necessárias adaptações com sombreamento de áreas e adequações nos laboratórios já existentes. “Vai ser feito um programa específico para isso, vai ser possível monitorar as áreas nas praias. Nós temos desova na Sabiaguaba, na Praia do Futuro, no Porto das Dunas e em algumas praias mais longes”, destaca Marcelo Soares.

Por Lucas Falconery

Fonte: G1

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