Khun Pan: a vida triste do elefante que estava a morrer por não ser cuidado por quem o explorava

Khun Pan: a vida triste do elefante que estava a morrer por não ser cuidado por quem o explorava
Foi salvo no limite.

Para as centenas de campos que na Tailândia misturam turistas e elefantes, a pandemia foi uma espécie de maldição. A mais recente vítima é Khun Pan, animal com cinquenta anos encontrado “a dias da morte”, apenas pele e osso, vítima colateral da crise provocada pelo abalo no turismo. O elefante estava tão fraco que foi necessário içá-lo para que pudesse ser tratado pelos veterinários. Foi encontrado prostrado no chão, com os ossos visíveis através da pele rija.

As autoridades foram alertadas por veterinários locais que estavam de passagem e repararam no estado de Khun Pan, um dos muitos elefantes que trabalham no Parque Chang Siam, em Chonburi. Demasiado fraco para se manter de pé, o elefante é apenas a vítima mais visível da fome que tem assolado os animais do campo, quase quarenta, todos subnutridos. A culpa, explica a dona do parque, é da falta de turistas.

“Tenho 37 elefantes no campo e todos estão a sofrer. O Khun Pan é o mais fraco deles todos por causa da idade. A pandemia acabou com os turistas e não tenho dinheiro para os alimentar. Não sei mais o que fazer”, explica Lee Petchkla, citada pelo “The Daily Mail”.

Apesar do tratamento, Khun Pan mantém-se no parque, embora já esteja a ser alimentado com a ajuda de veterinários e locais. As imagens chocantes estão novamente a fomentar os apelos para o fim do uso destes animais em espetáculos para turistas.

“Os campos de elefantes, que lucraram durante décadas com o sofrimento dos animais, deveriam realojá-los em santuários antes que morram de fome e negligência”, explica a PETA em reação à história de Khun Pan.

Essa foi ainda uma miragem que a primeira vaga da pandemia trouxe, quando muitos campos revelaram, ainda em março, que iriam aliviar os elefantes das suas tarefas. Não demorou muito tempo, contudo, a que a visível crise prolongada no turismo fizesse antever a fome dos elefantes, perante a redução a zero dos lucros dos donos dos centros turísticos.

Por Daniel Vidal 

Fonte: NIT


Nota do Olhar Animal: Uma situação muito semelhante a esta do elefante é a dos cavalos explorados para turismo em charretes e para montaria. Além do sofrimento que lhes é imposto e que é inerente à atividade mesmo sem a pandemia, o que o charreteiro arrecada não é suficiente para sustentar a si, a sua família e ainda manter o animal com os cuidados mínimos necessários.

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