Moradores de favela na zona oeste do Rio resgatam filhotes de jacarés que fugiram durante enxurrada

Moradores de favela na zona oeste do Rio resgatam filhotes de jacarés que fugiram durante enxurrada
Ruas de Santa Cruz estão alagadas com jacarés soltos. Foto: Reprodução

Quarenta e oito horas depois do temporal que atingiu o Rio, moradores da Favela do Rola, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, viveram um dia de caça aos jacarés. Pelo menos três répteis, ainda filhotes, foram localizados e resgatados, entre a noite de terça-feira e esta quarta-feira, em casas que sofreram alagamentos e são localizadas às margens dos Rios Boi Branco e Cação Vermelho, que cortam a comunidade. Eles fugiram de um pequeno lago, em um sítio do local conhecido como Rola I, depois que um muro da propriedade desabou.

Segundo os moradores, apenas três ou quatro filhotes teriam conseguido fugir do sítio, onde há uma criação de jacarés e capivaras. É que os répteis de maior porte estariam acondicionados em uma espécie de tanque, que não se rompeu.

Para capturar os jacarés, os moradores usaram cordas e até as mãos. Como fez um adolescente, que preferiu não dar seu nome. Após pegar o bicho, ele o enrolou em um pedaço de toalha. Um dos filhotes ainda foi colocado em uma piscina antes de ser devolvido ao proprietário do sítio.

— Nesta quarta-feira, achamos dois jacarés. Já foram entregues ao proprietário. Acho que não tem mais nenhum rodando por aí — disse Neném Clóvis, vice- presidente da Associação de Moradores do Rola.

Segundo o líder comunitário, a comunidade também sofreu com a enchente que causou pelo menos uma morte no Rola.

— O morador Reginaldo Isidro da Silva passou mal e morreu afogado. Temos mais de 40 famílias que ficaram desabrigadas e que estão provisoriamente em um salão de festas. A Secretaria municipal de Ação Social está fazendo um cadastramento aqui para fornecer cestas básicas e colchões. Precisamos mesmo é que os rios sejam drenados para que outra tragédia não aconteça aqui — disse.

A dona de casa Glaucia de Oliveira Alves, de 64 anos, é uma das pessoas que teve a casa atingida pela cheia dos rios Cação Vermelho e Boi Branco.

— Perdi geladeira, fogão e tudo que tinha. Minha casa ficou alagada. Nossa situação é muito difícil — concluiu.

A Patrulha Ambiental, vinculada a Secretaria municipal do meio Ambiente divulgou uma nota sobre a fuga e captura dos animas. Segundo a patrullha, trata-se de um lagarto e não de um jacaré.

Abaixo, a íntegra do principal trecho do documento.

” …Na realidade, trata-se de um lagarto, e não de um jacaré, cujo tamanho aproximado é de um metro, contando com o tamanho de sua calda. Quanto à quantidade existente, não foi mencionado por nenhum dos moradores se havia mais de um lagarto no local.

A Patrulha obteve a informação de que o referido animal (lagarto – Teiú), fora capturado por um dos moradores, ainda não identificado, e sabe-se apenas que o animal é de cor negra e de porte físico magro.

A Patrulha conseguiu ainda a informação que fora o rapaz ou quem lhe acompanhou na captura do lagarto – Teiú, que na tentativa de proteger seus vizinhos e amigos, postou a informação em rede social de que no local havia jacarés soltos, por não ter o mínimo conhecimento da espécie capturada em mãos, confundiu o lagarto, Teiú, com um jacaré.

E na intenção de proteger seus vizinhos, acabou incitando o medo, pois fez uma publicação equivocada em sua rede social quanto ao tipo de animal encontrado no local e que as pessoas tomassem cuidado, já que as condições no momento não eram as das mais favoráveis, devido a enchente. 

A Patrulha Ambiental pede que os moradores solicitem o resgate ou denunciem a posse ilegal de animal silvestre sem a devida licença do órgão ambiental competente.via 1746, canal oficial da Prefeitura do Rio junto à população.”

Por Bruno Alfano e Marcos Nunes

Fonte: Extra


Nota do Olhar Animal: Jacarés e capivaras acondicionados em tanques? Que condições são essas? E qual o propósito da criação? Autoridades do Rio de Janeiro e ONGs, parece importante verificar.

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