ONG diz que voos da Ethiopian Airlines apoiam o comércio de vida selvagem africana
Um novo relatório provocante da organização World Animal Protection afirma que a Ethiopian Airlines, a principal companhia aérea do continente africano, está envolvida no fomento do comércio global de animais selvagens.
“Entre 2016 e 2020, pelo menos 25 espécies diferentes de vida selvagem, incluindo répteis, mamíferos, invertebrados e anfíbios, foram incluídas em pelo menos 30 expedições da Ethiopian Airlines”, diz o relatório “Cargo of Cruelty” (“Carga de Crueldade”).
“Examinamos a crueldade e o impacto deste comércio internacional olhando através das lentes de bem-estar animal, conservação, legalidade, biossegurança e riscos à saúde pública. Solicitamos que a Ethiopian Airlines se torne uma empresa amiga da vida selvagem, impedindo o embarque de animais selvagens”.
A organização britânica dos direitos dos animais diz que a civeta africana, a tartaruga-de-esporas-africana e a píton-real estão entre os animais, sendo alguns deles ameaçados de extinção, que foram embarcados em de voos da Ethiopian Airlines. Eles foram destinados a países variados, como Itália, Coreia do Sul e Malásia.
O relatório foi baseado em publicações nas redes sociais que anunciavam animais do Togo e dois comerciantes diferentes que operam no país da África Ocidental. A World Animal Protection diz que a África Ocidental é um centro de criação para a vida selvagem vinda de partes centrais da África, e os comerciantes ofereceram cerca de 200 espécies diferentes.
“Enquanto o mundo ainda se debate com a pandemia, é importante lembrar como tudo começou, com o comércio de animais selvagens”, disse Edith Kabesiime, gerente de campanhas de vida selvagem da ONG.
“A Ethiopian Airlines tem um papel importante na conexão da África com o mundo”, disse Kabesiime. “A companhia está importando vacinas contra a Covid-19, mas ao mesmo tempo, ao exportar animais selvagens vivos, pode exportar patógenos perigosos ao redor do mundo. A companhia aérea tem a responsabilidade de salvaguardar a todos contra futuras pandemias e proteger a incrível vida selvagem do continente”.
Não houve nenhuma declaração imediata da companhia aérea sobre as alegações no relatório “Cargo of Cruelty”.
Tradução de Ana Carolina Figueiredo
Fonte: Africa Times