ONGs que cuidam de animais pedem ajuda para manter atendimento na quarentena em Ribeirão Preto, SP

ONGs que cuidam de animais pedem ajuda para manter atendimento na quarentena em Ribeirão Preto, SP
Protetores de animais sofrem impacto com pandemia da Covid-19 em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/EPTV

Os impactos causados pela pandemia de Covid-19 são percebidos também no trabalho de ONGs que cuidam de animais, em Ribeirão Preto (SP). Com a diminuição das doações e a queda nas adoções, protetores tiveram que buscar outras fontes de arrecadação para custear os cuidados diários dos bichos.

Vídeo: Protetores de animais sofrem impacto com pandemia da Covid-19.

A protetora independente Márcia Câmara Barbosa contou com ajuda de amigos e realizou um bazar, respeitando regras de distanciamento, e a venda de pizzas solidárias.

O dinheiro arrecadado serviu para suprir a despesa de 150 cachorros que vivem na casa dela e que recebem cuidados de médicos veterinários, banho e alimentação.

“Cresceu muito o abandono e a ajuda de custo também caiu bastante. Muita gente vê esse tipo de coisa como supérflua, uma das primeiras coisas que se corta é doação para animal.”

Nos últimos três meses, apenas dois animais foram adotados, mas ela abrigou outros 10 que foram abandonados.

A ONG Fofinhos, que atende mais de 100 bichos, entre gatos e cachorros, por mês. Como não tem uma sede, os bichos são acolhidos nas casas de voluntários.

Enquanto os animais não encontram um novo lar, os cuidadores têm gastos que são pagos com o dinheiro da venda online de moletons para pets e outros itens.

“A gente tem um custo de manutenção muito alto. Uma tonelada de ração por mês, gasto com medicamento veterinário, exames, cirurgias, procedimentos. Isso dá uma media de R$ 10 mil por mês. Desde o início da pandemia, as pessoas ficaram receosas de contribuir. Elas pensam que doar pouco, R$ 5, não vai fazer diferença. Mas vai”, diz a voluntária Andréa Campaz Bombonato.

Animais que estavam na rua foram acolhidos por ONG Focinhos S.A. em Ribeirão Preto, SP — Foto: Luciano Tolentino/EPTV

A ONG realizava feiras mensais de adoção, mas, por conta da Covid -19, elas passaram a ser digitais.

Andréa afirma que a procura por animais durante a quarentena aumentou, mas as adoções efetivas não correspondem ao interesse. Nos últimos cinco meses, cerca de 20 foram adotados. Já em 2019, a média era 10 pets por mês.

A situação não é diferente para a ONG Amigos dos Animais. Segundo a voluntária do projeto Naiana Osti Caldeira, a adoção consciente ficou mais complicada , pois as pessoas têm interesses muito específicos, como animais de raça.

ONGs em Ribeirão Preto, SP, pedem ajuda para cuidar de cães após sentirem impactos nas doações durante a quarentena. — Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Atualmente quem ajuda financeiramente a ONG são os próprios voluntários. Dos100 cães abrigados na Zona Leste da cidade, apenas dez ganharam novos lares nos últimos três meses.

“Precisamos de ajuda para pagar as rações que, em media, custam R$ 4 mil. São de 900 a mil quilos de ração por mês. Precisamos de verba para pagar aluguel, vacinas, remédios.Precisamos muito de um veterinário parceiro porque, hoje, o abrigo não tem. A gente precisa da ajuda da população para o nosso trabalho não acabar.”

Fonte: G1

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