Polícia apura envio de cabeças de onças-pintadas do Pantanal para o exterior

Polícia apura envio de cabeças de onças-pintadas do Pantanal para o exterior
Foto: Reprodução

Uma onça-pintada encontrada boiando sem cabeça nas águas do rio Paraguai-Mirim, em Corumbá, levou a Polícia Federal a realizar, nesta quinta-feira, 3, uma operação contra a caça ilegal e biopirataria no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Segundo a PF, a cabeça do felino ameaçado de extinção foi vendida para o exterior.

Em operação recente, a polícia boliviana apreendeu dentes de onças-pintadas que seriam despachadas para a China pelo serviço postal da Bolívia. O material pode ser de onça abatida no Pantanal.

A Operação Yaguara (onça ou jaguar, em tupi-guarani) focou endereços de possíveis envolvidos na cidade e em fazendas da região. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão e prenderam um suspeito por porte ilegal de arma. Uma espingarda de caça foi apreendida. Conforme a PF, as investigações continuam para identificar a extensão da rede de biopirataria que age no Pantanal.

De acordo com o médico veterinário Diego Viana, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e coordenador do projeto Felinos Pantaneiros, a onça que boiava no Paraguai-Mirim foi a sexta encontrada morta com indícios de caça na região desde 2016. Em três casos, foram encontrados projéteis de arma de fogo nos corpos.

Ele contou que apenas uma não estava dentro da água, mas na beira de um rio. “Para se desfazer da carcaça e sumir com as provas da caça, que é crime ambiental, o corpo é jogado no rio, onde acaba sendo atacado pelos peixes e afunda”, explicou.

Segundo ele, em junho deste ano dois homens foram presos após terem abatido duas onças-pardas, outro felino que vive no Pantanal. Eles alegaram que os felinos tinham atacado os bezerros do patrão e foram soltos após pagar R$ 13,2 mil de fiança para cada um.

Relembre: Em 2016, homem foi preso e multado

O caçador apontado como responsável pela morte de pelo menos 19 felinos no Pará foi multado em R$ 494 mil pelo Ibama. Júlio César da Silva foi preso pela Policia Militar em Curionópolis (PA) no dia 26/08, durante a apuração de uma denúncia de porte ilegal de armas. O acusado armazenava cabeças, crânios, couros e patas dos animais silvestres abatidos em um refrigerador. Os policiais também apreenderam no local espingardas e munições.

Foi a maior quantidade de grandes felinos caçados já registrada em uma operação. Para os agentes ambientais, o crime está relacionado ao tráfico de fauna. Três autos de infração totalizaram R$ 460 mil por matar, mutilar e manter animais silvestres em depósito. A apreensão de sete aves silvestres no local resultou na aplicação de mais uma multa no valor de R$ 34 mil.

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Pelo menos 20 animais foram abatidos: 16 onças (Panthera onca), duas suçuaranas (Puma concolor), uma jaguatirica (Leopardus pardalis) e um jacaré (Caimam sp.). Todos foram levados para sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Floresta Nacional de Carajás (PA). Exames genéticos serão realizados nas partes de animais encontradas no local.

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Fonte: GMC Online

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