Polícia invade casa em Volta Redonda (RJ) e resgata animais após denúncia de maus-tratos

Polícia invade casa em Volta Redonda (RJ) e resgata animais após denúncia de maus-tratos
Foto: Evandro Freitas

Abandono e descaso. A cena deixou todos chocados. O pequeno quintal estava coberto de fezes. No interior da casa amontoados de panos e roupas, papel higiênico, mais fezes. Um ambiente em que é quase impossível viver com o mínimo de condições de higiene. Mas nesse local viviam dois cães mestiços. Um macho e uma fêmea cobertos por carrapatos e doenças de pele. Debilitados e assustados, o animais foram resgatados no meio da tarde desta sexta-feira (14) pelo delegado-adjunto da 93ª DP, Marcelo Russo, junto com uma equipe formada pela Comissão de Proteção e Defesa Animal (CPDA) da OAB; a diretora da SPA-VR (Sociedade Protetora dos Animais), Mônica Torres, acompanhados do Secretário Municipal de Meio Ambiente e veterinário, Alfredo Peixoto.

A casa fica na Rua Desembargador Toledo Piza, no bairro São João, em Volta Redonda. A dona dos animais é Kelma Fafiães de Melo, de 60 anos. Segundo informações de vizinhos, ela trabalha em um consultório dentário no bairro, é dona de quatro casas de aluguel no mesmo terreno.

Coberto de carrapatos e pulgas o cão vivia no quintal sem cuidados. (Foto: Evandro Freitas)

A vizinha e inquilina, Joyce Lino, foi que fez a denúncia. Ela contou que o problema é antigo e que a dona dos animais não aceitava ajuda. “Eu também tenho uma cachorrinha e já tive problemas com ela por ter carrapatos invadindo a minha casa. Quis ajudar limpar, mas ela não aceitou. Uma vez cheguei e escutei ela batendo no cachorrinho. Fui na vizinha para tentar chamar ele e ver como estava. Chamei e ele não veio. Hoje ele está até andando meio torto, deve ter sido uma pancada”, analisou.

A vizinha contou ainda, que até pouco tempo, eram três cães convivendo no mesmo espaço. Uma cadela morreu “magra e desnutrida”. “Isso começou depois que marido dela faleceu. Era ele quem cuidava dos animais”, revelou.

Uma cadela vivia presa dentro da casa no meio da sujeira. (Foto: Evandro Freitas)

A polícia não teve dificuldade para entrar. Os portões estavam entre abertos, apenas com trincos. O mau cheiro, a sujeira e a quantidade de carrapatos e pulgas impressionou. “Nós podemos atuar apenas quando as denúncias chegam à delegacia. Não tem como discutir que esses animais estão sob maus tratos. Mal conseguem ficar de pé e é fácil notar a quantidade de carrapatos que eles estão. É um crime a situação que esses cães estão sendo submetidos aqui. Uma crueldade que a responsável por esses animais vai responder nos critérios da Lei. A medida policial é o último recurso para tentar cessar essa prática que ela vinha fazendo. Tudo porque ela não tomou nenhuma providência, mesmo sendo alertada”, frisou Marcelo Russo.

Foto: Evandro Freitas

O secretário de Meio Ambiente e médico veterinário, foi firme ao dizer que não há condições mínimas de higiene para abrigar os animais. “Eles não tem nenhum tipo de insalubridade aqui. Vivem no meio das fezes, infestados de carrapatos e no meio do lixo. Com toda certeza eles não durariam muito se continuassem nesse local”, destacou.

De acordo com a direção da SPA e a presidente da comissão da OAB-VR o trabalho de fiscalização deve ser intensificado para coibir mais crimes como esse. “Esse caso precisa servir de exemplo para que as pessoas não maltratem os animais. Todos precisam denunciar. Só assim teremos esses crimes punidos”, lembrou a presidente da comissão.

A SPA cuidará dos animais até que a Justiça decida o que deve ser feito. (Foto: Evandro Freitas)

Os animais serão levados, temporariamente, para o abrigo da SPA. Passaram por tratamento até que a Justiça decida se eles poderão ser doados ou não. “Vamos cuidar deles até que uma solução seja determinada pela Justiça. Ficamos como fiel depositários dos cães. O que temos que fazer é recuperar a saúde dos animais. Isso é o mais importante”, afirmou Mônica.

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Fonte: Sul Fluminense Online

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