‘A gente está aqui para cuidar deles’, diz protetora de animais denunciada pelo Ministério Público de MS

‘A gente está aqui para cuidar deles’, diz protetora de animais denunciada pelo Ministério Público de MS
Foto: Silas Lima

A responsável pela Ong Instituto Guarda Animal, Nathalia Sousa Brizuena, de 30 anos, rebateu as denúncias apresentadas pelo Ministério Público e afirmou que os animais resgatados não sofrem maus-tratos, como apresentado pela Polícia Civil durante Operação na manhã de quarta-feira (7), em Campo Grande.

Nossa equipe conversou com Nathalia e os advogados voluntários da ONG, Vitória Junqueira e Rafael Candia, que estão auxiliando a protetora quanto às denúncias, e conheceu melhor o espaço para onde todos os cachorros e gatos foram levados.

A chácara fica localizada longe da região central de Campo Grande, em uma grande área de mata, e é alugada por Nathalia com ajuda de padrinhos voluntários que doam dinheiro mensalmente para custear todos os serviços prestados pelas protetoras aos animais.

Nathalia contou que antes de conseguir esse novo local, todos os cachorros e gatos eram abrigados na casa onde ela morava junto da mãe e da irmã, no bairro Nova Bahia, região residencial, e que o barulho causado pelos latidos incomodou a vizinhança.

Foto: Silas Lima
Foto: Silas Lima

Criada em 2016, o instituto abriga, atualmente, pouco mais de 100 animais, entre cachorros e gatos.

“Aqui começou depois que o CCZ [Centro de Controle de Zoonose] parou de resgatar animais que não são saudáveis, quando aumentou mais o abandono. A gente sempre dá prioridade para os casos mais graves, que tem risco de vida na rua”, contou.

Ela afirmou, ainda, que todos os animais resgatados até hoje sempre ficaram muito bem no espaço, e que a limpeza do local é sempre um desafio, pois pela grande quantidade de cachorros, e sendo somente três pessoas responsáveis pelo local, é difícil manter o espaço 100% limpo em todas as horas.

Foto: Silas Lima
Foto: Silas Lima

“Sempre tinha limpeza, tinha água e tudo. A gente só não tinha dinheiro para manutenção, como pintura e piscina, mas depois a gente mesmo, eu e minha irmã começou a limpar [a piscina]. São animais que comem e fazem necessidade todos os dias, não tem como manter limpo 100% todas as horas”, disse.

Ela destacou, também, que abdicou do trabalho e da faculdade para se dedicar exclusivamente ao serviço prestado na ONG, mas que passado o ocorrido, dará uma pausa nos resgates para colocar o psicológico em dia.

“É uma missão que a gente está aqui para cuidar bem deles. Animais que não tinham chance alguma, esse é o norte que dá mais gás para poder continuar, porque os bichos precisam da gente. O que aconteceu é como se fosse uma bomba em cima da gente. Abalou muito. Nós vamos dar uma pausa para o nosso psicológico também ficar bem para poder continuar”, destacou.

A advogada Vitória Junqueira ressaltou que, em nenhum momento, foi concedido ao Instituto a oportunidade de se justificarem em relação ao porquê da sujeira encontrada durante a Operação, bem como o grande movimento de cachorros no bairro.

“Eu percebi que a insatisfação da população, da vizinhança, gerou essas denúncias, mas que são sem fundamento, porque o local era uma casa humilde, mas que elas residiam há muitos anos, e faziam a gestão desse local sozinhas. Três mulheres sozinhas geriam mais de 100 cachorros”, disse.

Todos os animais recolhidos na residência foram levados para a região de chácara, no qual a ONG é responsável, e seguem sob cuidados das protetoras.

Quanto à prestação de contas do Instituto, o advogado Rafael Candia afirmou que elas não recebem dinheiro de órgão público, como destacado na denúncia, e que as doações são todas de pessoas que querem ajudar por conta própria a organização.

“Ainda assim tem pessoas querendo saber o que elas fazem com o dinheiro que é dado por pessoas físicas, que não é dinheiro público”, destacou.

Vitória ressaltou que o grupo formado por padrinhos e madrinhas somam mais de 100 pessoas, e que nunca cogitaram fazer uma prestação pública das contas, pois eles acompanham todo o trabalho prestado e sabem no que é gasto.

Foto: Silas Silva
Foto: Silas Silva

“Esses argumentos trazidos pelos vizinhos e levados pelo Ministério Público adiante, são não só completamente infundados, como são também humilhantes. Para elas e para nós que nos dedicamos em ajudar esses animais”, finalizou.

Passado todo o episódio, a página do instituto nas redes sociais será desativada temporariamente, para que as responsáveis consigam se reorganizar novamente até poderem ter estrutura para receber novos cachorros.

Por Antonio Bispo

Fonte: Top Mídia News

Protetor não é acumulador: cuidado com essa construção especista!

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