Aprovado projeto de lei que proíbe testes de cosméticos em animais na Virgínia, EUA

Aprovado projeto de lei que proíbe testes de cosméticos em animais na Virgínia, EUA
Os testes de cosméticos em animais devem ser proibidos em todo o país? (Polina Tankilevitch/Pexels)

A Virgínia se tornará o quarto estado dos EUA a proibir completamente os cosméticos testados em animais.

O governador Ralph Northam acaba de assinar novos projetos de lei que visam proibir os testes contínuos de cosméticos em animais e todas as vendas de produtos de beleza testados em animais existentes.

A senadora Jennifer Boysko e a delegada Kaye Kory apresentaram os projetos de lei que proibirão a venda de qualquer produto cosmético testado em animais após 1º de janeiro de 2022.

Em 2018, a Califórnia se tornou o primeiro estado dos EUA a proibir a venda de cosméticos testados em animais, seguida por Nevada e Illinois no ano subsequente. Nova Jersey, Maryland, Nova York, Rhode Island, Oregon e Havaí também consideram restrições semelhantes.

Sara Amundson, presidente do Humane Society Legislative Fund, elogiou a decisão em uma publicação no site da Humane Society dos EUA (HSUS).

“Esta notícia fantástica ilustra um ímpeto crescente nos esforços para acabar com os testes desnecessários em animais nos Estados Unidos e em todo o mundo para produtos como xampus, rímel e batom”, escreve Amundson.

“Os consumidores agora verificam os rótulos e exigem produtos livres de testes em animais, as empresas de cosméticos os têm ouvido e mudado suas práticas e os legisladores têm solidificado essas mudanças em políticas permanentes”, ela continua.

Em 2018, o estado da Virgínia também aprovou o projeto de lei HB 1097, que reduziu significativamente o número de testes em animais. Em vez disso, o estado exigiu que as empresas utilizassem os vários métodos alternativos para testar produtos sem o uso de animais, sempre que possível.

Consumidores e produtores de cosméticos estão abandonando os testes em animais. (LumiNola/iStock)
Consumidores e produtores de cosméticos estão abandonando os testes em animais. (LumiNola/iStock)

Embora a agência federal Food and Drug Administration (FDA) dos EUA não exija atualmente o teste em animais, ela permite que as empresas provem a segurança do produto da maneira que considerem necessária, inclusive por meio de testes em animais.

Mas, de acordo com a Cruelty Free International, uma organização sem fins lucrativos líder em defesa dos animais e certificação de produtos, as inovações tecnológicas têm tornado obsoletos os testes de cosméticos em animais.

Por causa das diferenças fundamentais entre humanos e outros animais, muitos críticos dos testes em animais destacam sua relativa ineficácia. Além disso, existem muitos testes que não utilizam animais disponíveis atualmente, e inúmeros ingredientes existentes com um histórico de uso seguro.

Os testes não realizados em animais frequentemente se mostram mais precisos do que os métodos tradicionais em animais e, em muitos casos, também podem ser mais rápidos e econômicos.

“Os testes de cosméticos em animais simplesmente não são necessários para garantir a segurança dos cosméticos para uso humano”, diz Amundson. “No caso de novos ingredientes, muitos métodos de teste sem animais foram e continuam a ser desenvolvidos, que são tão eficazes (ou até mais eficazes que) quanto os testes em animais”.

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Poderia ser o fim dos testes de cosméticos em animais?

Mais de 40 países em todo o mundo já proibiram ou restringiram os testes em animais para ingredientes cosméticos, incluindo os 28 estados membros da União Europeia, Noruega, Israel e Índia.

E, a partir de 1º de maio de 2021, a China não exigirá mais testes em animais de produtos importados.

Conforme mostrado no estado da Virgínia, os EUA também se distanciam cada vez mais dos testes de cosméticos. Uma pesquisa de 2019 da Cruelty Free International revelou que 79% dos americanos apoiavam a proibição nacional dos testes de cosméticos em animais.

A organização também observou que participantes de todo o espectro político tinham opiniões fortes sobre a questão, independentemente da filiação partidária.

Até mesmo grandes nomes como Garnier, de propriedade da Unilever, recentemente certificada como livre de crueldade, Estée Lauder, Avon e todas as 19 marcas da Procter & Gamble estão abandonando os testes em animais, sendo que a Procter & Gamble assumiu o compromisso de encerrar todos os seus testes de cosméticos globais até 2023 como parte da campanha #BeCrueltyFree da Humane Society International (HSI).

“Agradecemos ao governador Northam por sancionar esse projeto de lei”, escreveu Amundson. “Agora pedimos a outros estados que façam o mesmo e trabalhem rapidamente para acabar com os testes de cosméticos em animais e as vendas de cosméticos testados em animais em seu solo o mais rápido possível”.

Por Liam Pritchett / Tradução de Ana Carolina Figueiredo

Fonte: Livekindly

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