Ativistas interrompem atuação com elefantes do Circus World nos EUA

Ativistas interrompem atuação com elefantes do Circus World nos EUA
As Ativistas do Direct Action Everywhere, Dayana Patik e Rebecca Kowalewsky, são escoltadas para fora da grande tenda do Circus World no último dia 9. (Imagem: Baraboo Police/Contributed)

Uma ativista de um grupo internacional de direitos dos animais disse que ela é uma das mulheres que a polícia de Baraboo, EUA, está procurando depois de terem interrompido uma atuação com elefantes do Circus World Museum no último dia 9.

Os funcionários do Circus World disseram às autoridades que duas mulheres entraram no Museum no domingo de manhã e interromperam uma performance com elefantes sob a grande tenda principal do lado leste do terreno. Funcionários escoltaram as manifestantes para fora da propriedade, e elas já tinham ido embora quando as autoridades chegaram, de acordo com um relatório do incidente do Departamento de Polícia de Baraboo.

Na segunda-feira, 10 de julho, a ativista da Direct Action Everywhere, Rebecca Kowalewsky, confirmou em uma entrevista que ela e a colega Dayna Patik foram responsáveis pela interrupção da performance com os animais. Uma foto obtida pela polícia de Baraboo mostra duas mulheres sendo escoltadas para fora da arena. Patik tem um perfil no site da Direct Action Everywhere e sua foto é bem similar à de uma das mulheres na foto do evento. Kowalewsky disse que ela era a outra mulher da foto.

O capitão da Polícia de Baraboo, Rob Sinden, disse que as autoridades estão procurando as manifestantes, que podem ser indiciadas por conduta desordeira ou invasão, embora esta última seja improvável.

“Baseado na minha leitura do relatório, quando elas foram escoltadas para fora, não retornaram. Se tivessem retornado, a situação seria diferente”, disse Sinden. “Isso, tecnicamente, não é invasão, quando pedem que elas saiam ou se são escoltadas para fora, e foi o que aconteceu.”

Uma vez que os elefantes entraram na arena de performance, aproximadamente no meio do show no domingo 9, as ativistas ficaram de pé, mostraram cartazes e gritaram em protesto. Kowalewsky disse que a interrupção tinha como objetivo expor o problema da “violência contra animais” nos circos por meio de uma ação direta.

Manifestantes interrompem uma atuação com elefantes no Circus World no último dia 9. (Imagem: Jake Prinsen/News Republic)

“Enquanto as pessoas veem os circos como diversão em família, a verdade é que os circos, para os animais, são um lugar de violência, e estamos trabalhando para expor isso e conseguir uma libertação total de animais”, ela disse.

O diretor executivo do Circus World, Scott O’Donnell, disse que viu as duas mulheres se comportando de forma suspeita perto do recinto do circo antes da grande performance. Ele disse que as mulheres estavam observando o circo por trás Edifício Feld do Museum, perto do Rio Baraboo. Como o público não é permitido nessa área, O’Donnell disse que foi falar com as mulheres, mas elas tinham ido embora quando ele chegou.

O’Donnell disse que ele nem se importou muito com o incidente, até que ele recebeu uma ligação da equipe do Circus World informando que as duas mulheres estavam causando uma perturbação na grande tenda. Ele disse que as ativistas continuaram a protestar enquanto eram escoltadas para fora do circo pelos funcionários.

Kowalewsky disse que ela e Patik acataram as ordens da equipe do Circus World e saíram quando solicitadas. Ela se negou a comentar se ela e Patik tinham pagado ingresso para entrar no Circus World.

“Não é entretenimento, é exploração”, disse Kowalewsky.

A Direct Action Everywhere é uma “rede internacional de indivíduos que trabalham para conquistar uma libertação total de animais por meio de uma ação direta e não violenta”, de acordo com seu site. O grupo está baseado na Baía de San Francisco e tem vertentes por todo o mundo.

O’Donnell disse que interromper uma apresentação com elefantes com barulhos altos pode ser perigoso para os animais, artistas e os membros do público. Apesar do perigo, ele disse que os elefantes e treinadores do Circus World estavam bem preparados e lidaram com a situação sem nenhum incidente.

O’Donnell disse acreditar que existam formas mais seguras para os ativistas compartilharem sua mensagem.

“Eu posso pensar em uma maneira melhor e mais segura para eles mostrarem sua opinião, que seria como a maioria dos outros manifestantes que não tentam se infiltrar, que realmente tentam mostrar sua opinião”, ele disse. “Eles solicitam uma licença, e então aparecem e protestam”.

Kowalesky disse que ela está envolvida com a vertente de Wisconsin, que é ativa principalmente em Madison e Milwaukee. Os ativistas do Direct Action Everywhere receberam recentemente uma grande atenção na mídia quando foram presos por interromperem a Competição Anual de Comer Cachorro-Quente de Nathan no dia 4 de julho em New York.

Kowalewsky negou-se a comentar se o grupo irá ou não fazer protestos posteriores no Circus World, mas acrescentou que os ativistas não ficarão quietos.

“Não vamos virar as costas para nada que exponha violência para com os animais”, ela disse.

O’Donnell disse que os funcionários do Museum ficarão atentos para comportamentos suspeitos na propriedade daqui para frente, mas acrescentou que o Circus World não tomará medidas significativas para prevenir outro incidente. Ao invés disso, ele disse que a instituição estava ansiosa pelo retorno ao Ringling Theatre e pelo Desfile da Grande Tenda no dia 20 de julho.

“Eu não quero ter uma reação precipitada contra duas mulheres que sentiram que aquela foi a plataforma apropriada para mostrarem sua opinião”, ele disse. “É uma minoria vocal desafortunada que interrompeu nosso mundo aqui no dia 9, mas vamos seguir em frente”.

Por Jake Prinsen / Tradução de Alice Wehrle Gomide

Fonte: Madison

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