Cadela é resgatada após ser jogada de um carro dentro de um saco em uma vala: ‘Achou que não andaria mais’

Cadela é resgatada após ser jogada de um carro dentro de um saco em uma vala: ‘Achou que não andaria mais’
Motorista jogou cachorra viva de dentro do carro em Guarujá, SP — Foto: Reprodução

Uma cachorra foi resgatada após ser jogada viva de um carro em uma vala, em Guarujá, no litoral paulista. Testemunhas viram o momento em que o automóvel passou, e quando um ocupante jogou um saco plástico com o animal. A cadela foi diagnosticada com uma doença que a deixa sem forças para se levantar. O caso repercutiu nas redes sociais e comoveu internautas.

VÍDEO: Cadela foi jogada viva em vala em Guarujá, SP

O caso ocorreu na Rodovia Cônego Domênico Rangoni. O condutor fugiu após jogar o saco plástico às margens da via. Moradores perceberam algo se mexendo e decidiram ver o que era, se deparando com a cadelinha, bem debilitada.

Ao G1, nesta terça-feira (30), a estudante de fisioterapia Karina Moraes contou que costuma ajudar animais e divulgar nas redes sociais, e que uma mulher pediu sua ajuda para salvar a cachorra. “Mesmo sem ter condições, porque estou sem trabalhar, não pude virar as costas. Perguntei para a moça, que estava com o rapaz que viu toda a cena, se eles poderiam levá-la na clínica 24 horas, e eu fui para a clínica também”, relata.

Karina diz que, na clínica, passou a ser a responsável pela cadelinha, a qual deu o nome de ‘Esperança’, por ser o que sente com relação ao futuro da humanidade.

Após passar por exames e ser internada, Esperança foi diagnosticada com uma doença chamada cinomose, que atingiu o sistema neurológico dela, a deixando sem forças para se levantar. Segundo Karina, ainda está sendo analisado se ela não anda por conta da doença ou pelo estado de saúde dela, que está bem debilitada.

De acordo com a estudante, Esperança tinha sido deixada na estrada para morrer. “Tem que ser muito ruim para fazer isso. Ela aparentava já não estar andando, devido a algumas marcas, igual a pessoas acamadas. Provavelmente, os antigos donos não queriam mais ter trabalho com ela”, relata.

Esperança está internada para tratar doença — Foto: Karina Moraes/Arquivo Pessoal

Esperança, que tem entre 2 e 4 anos, pode ficar sem andar, segundo os veterinários. “Eles acreditam que ela possa não voltar a andar, mas muitos conseguem. Hoje, preciso achar um lar para essa mocinha, ajudar esses novos donos a dar o melhor para ela. Já tenho contatos para fazer uma cadeirinha de rodas, e o dinheiro que talvez eu tenha que gastar com um lar temporário, caso não encontre uma família. Queria tentar fisioterapias para a reabilitação dela”, explica.

Cinomose
 
A veterinária Alessandra Gonçalves explica que a cinomose é uma doença altamente transmissível, que pode levar o cão a óbito, ou, muitas vezes, deixar sequelas sérias. “Quando o cachorro não consegue se recuperar, a doença acaba sendo progressiva, neurológica e incapacitante. É uma doença bem séria e grave. Infelizmente, acontece por falta de vacina. Quanto antes entrar com a terapia inicial, melhor o tratamento. Ele pode ter sequelas como convulsão, e a parte motora fica prejudicada”, afirma.

A especialista conta que a transmissão se dá como a gripe, pelas vias aéreas, partículas virais que acabam infectando o cão. Por exemplo, se cachorro do vizinho está doente, tossindo no quintal, e seu pet não estiver vacinado, ele acaba sendo infectado. A única prevenção contra essa doença é a vacinação do animal.

A estudante, que está desempregada, pediu ajuda nas redes sociais para conseguir bancar por enquanto o tratamento de Esperança, e faz um alerta para pessoas que têm animais de estimação.

“Queria fazer um apelo para as pessoas que têm animais. Vacinem eles, e não tenham vergonha de pedir ajuda na internet, se não tiverem condições. Sempre terá alguém que irá ajudar. Vacinação e castração são a única solução para diminuir o número de animais doentes e nas ruas”, finaliza.

Fonte: G1

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