China dá um passo importante na luta contra a carne de cachorro

China dá um passo importante na luta contra a carne de cachorro
Foto: Lapina/Shutterstock

Para o bem ou para o mal, a China é uma cultura rica em história e tradições. Como em toda cultura, algumas tradições são menos iluminadas do que outras, e a luta entre o moral e o tradicional pode ser longa e árdua. Esta divisão tornou-se cada vez mais pronunciada na China, no que diz respeito às suas práticas éticas animais. Desde o uso de animais na medicina tradicional até o comércio de carne de cachorro, a China, junto com muitos outros países, tornou-se mais atenta às questões de direitos animais como nunca antes.

O impacto do ativismo pelos direitos dos animais na China pode ser visto com mais clareza na repressão aos festivais de carne de cachorro, que proíbe a venda da carne tradicional do festival. Recentemente, os dois principais órgãos governamentais na China, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC) e o Congresso Nacional do Povo (NPC), apresentaram uma proposta legislativa que classificaria os cães como animais de companhia.

A nova classificação lhes dá status elevado, que inclui proteção contra maus-tratos e crueldade. Mais importante ainda, essa mudança lhes garantiria proteção legal contra o abate para alimento. Se ratificada, a nova legislação acabaria, de fato, com a tradição secular e seria uma enorme vitória para os ativistas dos direitos dos animais do país.

A medida foi recebida com imenso elogio por defensores dos animais e, sem dúvida, enfrentará desafios com os tradicionalistas do governo. O governo chinês tem assumido um papel ativo na liderança animal e ambiental até agora, e os proponentes da nova lei acreditam que este é o próximo passo no surgimento da China como uma potência mundial moral e econômica.

Mesmo que a medida seja derrotada, ainda haveria motivo para ter esperança. Com uma medida tão abrangente já sendo considerada pelo órgão legislativo desta vez, a questão não é se a China proibirá a carne de cachorro, mas quando.

Por Sander Gusinow / Tradução de Ana Carolina Figueiredo

Fonte: One Green Planet

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