Convênio vai repassar R$ 15 mil por mês para ajudar reserva com cerca de 90 animais no AP
A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) – Revecom, que fica em Santana, a 17 quilômetros de Macapá, e a prefeitura municipal assinaram um convênio com validade de 2 anos, no valor de R$ 188.328. A entidade vai receber, segundo a gestão municipal, pouco mais de R$ 15,6 mil por mês.
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No início de julho, a Rede Amazônica mostrou como estava difícil manter o local só com ajuda de pessoas físicas e algumas poucas empresas. Os responsáveis pela Revecom pediam contribuições para não fechar.
A assinatura aconteceu na quinta-feira (18). A parceria injeta recursos na unidade e propõe atividades de conscientização sobre a preservação do meio ambiente, especialmente da flora e fauna amazônica, aos alunos da rede municipal de ensino.
Atualmente são cerca de 90 animais hospedados na reserva, das mais variadas espécies. Não entram nesse índice os que visitam a unidade rotineiramente para se alimentar e passar um tempo na área, que tem 17 hectares só de mata preservada e nascentes.
No local há quatis, araras, porcos do mato, um gavião real e até uma anta adulta. Além de hospedar os animais, a reserva também funciona como espaço para pesquisas e visitações de alunos e interessados. Um verdadeiro paraíso para quem acaba tendo pouco contato com a natureza.
As dificuldades do local provocaram a redistribuição de animais para outras instituições e tem muita coisa precisando de reparo. A RPPN passou três meses sem contrato com a prefeitura de Santana.
“É um convênio num valor de mais de R$ 15 mil mensais, pagos com recursos próprios da prefeitura. Na verdade a demora foi para formalizar o convênio, para aprovar as contas do convênio passado e, assim que aprovou, já havia essa predisposição nossa para renovar esse convênio”, disse o prefeito de Santana, Ofirney Sadala.
Para não deixar faltar alimento aos animais e ainda sustentar toda a estrutura são necessários, no mínimo, R$ 30 mil reais por mês, segundo Paulo Amorim, gerente da Revecom. Com quase 8 meses de atrasos acumulados, o novo convênio deve servir pelo menos para suprir a demanda com os salários dos funcionários. O que era um sonho de educação ambiental agora virou um misto de sentimentos.
“Começou em função de uma base educacional adequada, começou com meu crescimento profissional, começou com eu conseguindo ganhar dinheiro e com a minha ideia de que dinheiro não é tudo na vida. Você tem uma obrigação social por estar na terra. E é por isso que a gente está aqui. Sofrimento de um lado, a realização do outro, e a coisa real acontecendo”, completou Amorim.
Para o gerente, a área verde dentro da região urbana de uma cidade é uma ponta da Amazônia que é preservada por quem tem disponibilidade.
O lugar garante a sobrevivência de animais que não se adaptam mais fora dali, que precisam de auxílio humano, e também reabilita outros que serão reinseridos à natureza.
Mesmo com esse convênio retomado, toda ajuda é sempre muito bem-vinda.
“Para manter a alimentação, as trilhas, temos o viveiro para reformar, muitas coisas tem que fazer ainda aqui dentro. O convênio não dá totalmente ainda para manter a reserva. Todo mundo pode fazer a sua parte. Qualquer contribuição é bem-vinda aqui pra reserva. Ajuda com alimentação dos animais, ajuda com o próprio trabalho porque também precisamos de voluntários”, finalizou o guarda-parque Manoel Tavares.
Os interessados em contribuir com o funcionamento da RPPN Revecom podem entrar em contato com a unidade através do número (96) 99171-2155. Também existe uma conta bancária disponível (veja na imagem abaixo) para receber os apoios.
Por Taemã Oliveira e Ronaldo Brito
Fonte: G1
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