Fiscais do ICMBio encontram dezenas de animais mortos perto do arquipélago das Cagarras, no RJ

Fiscais do ICMBio encontram dezenas de animais mortos perto do arquipélago das Cagarras, no RJ
Fiscais do ICMBio encontram dezenas de animais mortos perto do arquipélago das Cagarras

Fiscais do Instituto Chico Mendes encontraram essa semana dezenas de animais mortos perto do arquipélago das Ilhas Cagarras. Eles estavam presos em uma rede fantasma, uma espécie de armadilha que coloca em risco mergulhadores e a vida marinha.

VÍDEO: ICMBio encontra dezenas de animais mortos próximo ao Arquipélago das Cagarras 

O material encontrado era semelhante a uma parede de fios de nylon, com cem metros de comprimento, no fundo do mar, instalada dentro da unidade de conservação de proteção integral das Cagarras, a menos de dez metros da costa da Ilha Redonda, a maior do arquipélago.

O artefato foi notado por fiscais do ICMBIO há cerca de 15 dias, durante um ação de monitoramento, e precisaram chamar um mergulhador experiente para retirar a ameaça enroscada nas pedras a 20 metros de profundidade.

A rede aprisionou animais de várias espécies.

Fernando Moraes, pesquisador, biólogo marinho e mergulhador conseguir salvar muitos e devolver à liberdade. Mas pelo menos 20 morreram.

“A gente tem aqui uma tartaruga verde, ameaçada de extinção e infelizmente morta. Duas garoupas, que estão no período do defeso, mortas também. Uma terceira garoupa a gente conseguiu soltar no fundo, debilitada, mas talvez consiga sobreviver. Peixe pedra, dois peixes pedra. Esse xerelete que provavelmente caiu essa noite. Ainda está fresco, mas realmente um estrago. Um impacto muito grande. Caranguejo. Esse caranguejo sai à noite para comer, do gênero mitrax, e eles se embolam na rede facilmente. Tinham vários caranguejos na rede, a gente soltou alguns, mas esse aqui a gente vai tentar liberar ele também. Então, é importante que os pescadores artesanais tenham essa consciência de respeitar o plano de manejo da unidade de conservação, que restringe a pesca com esse tipo de arte, com essa rede de fundo, a 200 metros da unidade de conservação. Cada uma dessas ilhas do monumento natural das Ilhas Cagarras tem essa restrição não é à toa”, disse Fernando Morais, biólogo marinho.

As redes fantasmas, como são chamadas as redes abandonadas pelos pescadores no fundo mar, tem grande capacidade de destruição, principalmente em áreas protegidas com espécies em risco de extinção, e elas também são uma ameaça para os mergulhadores.

“Se o pescador for pego nesse limite fazendo a atividade de pesca, ele vai ser multado no artigo 34 da lei de crime ambientais. E ele pode ter apreendido tanto o apetrecho, a rede, quanto até mesmo a embarcação dele. A rede presa no fundo ela é prejuízo para todo mundo. Ela é prejuízo inclusive para o próprio pescador, que perde a rede. Ele deixa de aproveitar um pescado. O pescado fica morto ali e estraga no mar, gera lixo dentro de uma unidade de conservação e oferece risco. Então, essa distância de 200 metros da unidade, ela já diminui muito esse risco. 200 metros, geralmente o fundo é de areia. Então, o risco da rede ficar agarrada no fundo é muito menor. Por isso a importância de seguir o regramento da unidade e ter a consciencia na hora de pescar ali no entorno da unidade de conservação”, explica a chefe do monumento natural das Ihas Cagarras, Tatiana Ribeiro.

Por Mônica Sanches

Fonte: G1

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