Morre golfinho atacado por tubarão na costa potiguar
Após praticamente três dias de muito trabalho, não foi possível salvar o golfinho encontrado ferido por um ataque de tubarão na costa potiguar. O animal, que é da espécie golfinho-pintado (Stenella clymene), foi avistado por pescadores no início da semana em Maracajaú. Depois, foram várias as tentativas de reabilitação em pontos de apoio nas praias de Pitangui e em São Miguel do Gostoso, no litoral Norte do estado, até que o animal não resistiu e morreu na noite desta quarta-feira (16).
Coordenador geral do projeto Cetáceos Costa Branca, desenvolvido pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Flávio Lima disse ao G1 que não foi a mordida do tubarão que matou ‘Jeferson Jorge’, como o golfinho foi batizado pela equipe.
“Foi como se uma pessoa tivesse sido mordida por um cachorro. Nada muito grave. Mas, o golfinho acabou apresentando complicações neurológicas e cardíacas de uma possível infestação parasitária. Essa é uma das suspeitas”, explicou.
Ainda de acordo com o professor, o golfinho tinha 1,63 metro de comprimento, e provavelmente cerca de 2 anos de idade. “Era um adolescente, podemos dizer. Essa espécie pode viver até 30 anos”, acrescentou.
A luta para salvar Jeferson Jorge começou quando um pescador avistou o golfinho ferido em mar aberto e avisou a equipe do projeto. Veterinários e biólogos trabalharam para reabilitar o animal em bases de apoio e tentaram várias vezes devolvê-lo ao mar.
Uma destas tentativas, na praia da Xepa, em São Miguel do Gostoso, foi acompanhada de perto pelo turista paulista Raimundo Nóbrega, que é engenheiro mecânico. Ele e a família estão de férias no Rio Grande do Norte. “Era perceptível o sinal de cansaço da equipe. Porém, maior ainda era a disposição de continuar na luta. E nós notamos também pequenos gestos de solidariedade e companheirismo entre eles”, destacou.
“Estamos aqui na esperança de que ele se recupere e gratos pela oportunidade de acompanhar este belo/singelo trabalho desses jovens em favor da vida. Parabenizamos a equipe pessoalmente e aqui reafirmamos o nosso reconhecimento a todos eles. Em situações como essa, costumo afirmar que o mundo desde sempre e cada vez mais precisa de pessoas assim”, escreveu Raimundo, em um relato feito em uma rede social, quando o golfinho ainda estava vivo.
Fonte: G1