‘Órfãos’ das queimadas, animais silvestres chegam à Associação Mata Ciliar, em Jundiaí, SP

‘Órfãos’ das queimadas, animais silvestres chegam à Associação Mata Ciliar, em Jundiaí, SP
Entre os principais animais resgatados pela equipe da Mata Ciliar estão os felinos como onças e jaguatiricas

Os focos de incêndios em Jundiaí e na Região podem ter diminuído em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme recente anúncio das autoridades competentes, porém continuam fazendo suas vítimas, principalmente os animais que vivem em locais de mata.

Para se ter uma ideia do prejuízo ambiental, só este ano a ONG Mata Ciliar recebeu em sua sede 55 animais vítimas das queimadas em Jundiaí e nas cidades do entorno. Segundo os responsáveis pela ONG, a época de queimadas não acabou, mas os números já preocupam.

Os animais chegam com queimaduras, representando um grande número das ocorrências. Outros chegam com o corpo todo tomado pelo fogo e há aqueles que sofrem devido à intoxicação por causa da inalação da fumaça e atropelados. “Não é possível estabelecer uma relação direta do atropelamento com as queimadas, porém é evidente que o número de casos de atropelamentos em época de queimadas aumenta. Grande parte dessas ocorrências acontece em áreas onde houve queimadas”, comenta o coordenador de Comunicação da ONG, Samuel de Oliveira Nunes.

Outro resultado das queimadas é o grande número de animais órfãos, segundo Nunes. Em meio às queimadas, os filhotes se perdem das mães e acabam sendo resgatados sozinhos, como o caso da onça Clarinha, resgatada em uma área de monocultura de cana-de-açúcar que estava sendo queimada.

“As principais causas dessas queimadas são as bitucas de cigarro jogadas pela janela do carro nas rodovias, os balões ou os fogos ateados para fazer limpeza de terreno. Todos eles são considerados crimes ambientais”, lamenta o coordenador.

Entre os principais animais resgatados pela equipe da Mata Ciliar estão mamíferos, como os felinos e canídeos como onças, jaguatiricas, lobos-guarás e cachorros-do-mato, além dos répteis.

“Na última segunda-feira recebemos um mão-pelada (mamífero parecido com o guaxinim) atropelado em uma estrada. Vale ressaltar que boa parte dessas espécies corre o risco de extinção e as queimadas contribuem para acelerar esse problema. Já os répteis são aqueles que possuem locomoção mais lenta e não conseguem fugir do fogo”, explica.

ORIENTAÇÃO

Em épocas de queimadas, o número de animais que chega ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) aumenta consideravelmente. De acordo com o Samuel de Oliveira, os animais ficam desesperados em uma situação de queimada e tentam fugir para qualquer lugar onde não tenha fogo, por isso é importante os motoristas ficarem atentos ao dirigir na rua ou na rodovia quando estiverem próximos a áreas perto de queimadas.

“Caso o animal já esteja ferido a orientação é entrar em contato com os órgãos públicos competentes. Ao presenciar um ato criminoso, como botar fogo em terreno ou soltar balão, é dever do cidadão denunciar o infrator à Polícia Ambiental”, diz Samuel, lembrando que atualmente são 900 animais silvestres atendidos pela ONG.

Para mais informações acesse o site da Mata Ciliar, o www.mataciliar.org.br

Atualmente 900 animais silvestres são atendidos pela ONG Mata Ciliar. entre eles a onça-pintada.

Por Simone de Oliveira

Fonte: Jornal de Jundiaí

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