Polícia Civil do Ceará apura vídeo com grupo comemorando a pesca de um tubarão-lixa

Polícia Civil do Ceará apura vídeo com grupo comemorando a pesca de um tubarão-lixa
Tubarão ainda se debatia em meio a pedras enquanto grupo comemorava a pesca do animal. — Foto: Reprodução/WhatsApp

Imagens que circulam nas redes sociais nesta quarta-feira (24) mostram um grupo de homens comemorando a captura de um tubarão-lixa, supostamente na Praia do Titanzinho, no Bairro Cais do Porto, em Fortaleza.

O peixe ainda se debatia em meio às pedras, enquanto um dos que pescaram o animal comenta: “Mais um pra coleção”.

Mensagens nas redes sociais dão conta de que é mesmo tubarão-lixa visto no espigão da Praia do Náutico. Vídeos registram o aparecimento do animal que, segundo o professor adjunto da Universidade Federal do Ceará (UFC), do Departamento de Biologia, Vicente Vieira Faria, é considerado “vulnerável à extinção”.

A Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE), por meio da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais, vai pedir a abertura à polícia e ao Ministério Público a abertura de um inquérito para investigar as imagens.

“É um verdadeiro crime. É um animal inofensivo. É uma coisa totalmente despropositada. Vamos acionar a polícia e o Ministério Público para identificar essas pessoas do vídeo”, diz a presidente da comissão, Lucíola Cabral.

A Polícia Civil do Ceará informou que a veracidade do vídeo está sob apuração da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). Aponta também que a pesca irregular da espécie é crime previsto no Art. 34 da Lei de Crimes Ambientais. Infratores podem ser penalizados com detenção de um a três anos.

O tubarão-lixa costuma ficar nas profundezas do mar, na areia e em recifes, e se alimenta de crustáceos, segundo Faria. Mas também gosta de região de pedras, como a que estava quando foi avistado no espigão do Náutico. Além disso, ele não oferece riscos aos seres humanos.

“No fundo, ele fica repousando ou se alimentando. Naquele caso em especifico, com a profundidade tão rasa, ele pode então ter subido mais. Mas não é algo especial ele nadar mais fora do fundo como visto. De um modo geral, é normal ela estar próximo da costa”, esclarece Vicente Vieira Faria.

Por Ranniery Melo

Fonte: G1