Proibição de touradas a um passe de ser lei na Colômbia
Na Câmara dos Deputados, um projeto de lei que visa proibir as touradas em todo o território nacional passou pela primeira vez para o seu quarto debate. Após intensas opiniões e considerações éticas, a iniciativa, defendida na Sexta Comissão pelo deputado Alejandro García, recebeu o apoio da maioria dos legisladores, passando para sua última discussão no plenário para se tornar lei.
Com 10 votos a favor e um contra, este projeto apela ao Ministério da Cultura para que, de mãos dadas com as entidades territoriais, os espaços onde hoje se pratica “la fiesta brava” se transformem em locais de realização de atividades culturais, artísticas e esportivas.
A tauromaquia vive da diversidade de artistas de dimensão nacional e internacional. Assim, segundo o Portafolio, um toureiro poderia ganhar entre US$ 20 mil e US$ 150 mil por temporada, dependendo se é local ou não. Uma indústria que na Colômbia se limita às temporadas e geraria cerca de 15 mil empregos.
Algumas vozes críticas à iniciativa alertam para a sua preocupação com os empregos gerados pelas touradas, ao que o representante respondeu que o projeto reconhece a necessidade de proporcionar alternativas a esta população. “Estaremos dando garantias a quem demonstrar que sua renda provém dessas atividades. A Colômbia é um dos únicos oito países onde se praticam touradas e é hora de mudar isso”, disse García, da Aliança Verde.
Por sua vez, o deputado Juan Carlos Losada, do Partido Liberal, descreveu o dia como um dia histórico. “É hora de apelar à unidade e a todos os defensores dos animais do país, aos ativistas dos animais e àqueles que têm estado na luta constante num canto ou noutro. É hora de nos unirmos sem mesquinharias, sem egos e é hora de acabar com as touradas”, destacou.
Enquanto isso, a autora do projeto garantiu que confia no voto positivo do plenário da Câmara, etapa em que ocorrerá o quarto e último debate para virar lei. “Acredito que vamos conseguir. Esta é uma conquista das pessoas que trilharam seu caminho e que se dedicaram a essa luta no Congresso e nas ruas para que isso seja uma realidade hoje”, disse a senadora Esmeralda Hernández.
Apesar das maiorias no terceiro debate, prevê-se na sessão plenária um debate intenso sobre a iniciativa, debate ao qual se juntou a opinião pública com vozes que defendem os direitos dos animais, bem como a livre expressão artística e cultural.
Por Ana Paula Maritano / Tradução de Alice Wehrle Gomide
Fonte: Diario Jurídico