Suspeitos de matar cadela que vivia em universidade no AM assinam TCO por maus-tratos

Suspeitos de matar cadela que vivia em universidade no AM assinam TCO por maus-tratos
Pretinha foi levada para uma clínica, onde recebeu os primeiros socorros (Foto: Arquivo Pessoal)

Dois suspeitos de agredir com chave inglesa e causar a morte da cadela “Pretinha”, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em junho, assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Os suspeitos são funcionários de empresa terceirizada que prestava serviço dentro do campus, em Manaus. A Polícia Civil concluiu o caso e encaminhará ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

Segundo o delegado Samir Freire, titular da Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), as testemunhas foram ouvidas. Os dois homens assinaram um TCO e o caso já está finalizado na polícia.

“Os dois são funcionários de empresas terceirizadas da manutenção de ar-condicionado. Infelizmente, eles irão responder apenas a um TCO e a lei é um pouco branda, varia de três meses a um ano de prisão a pena, mas em razão da morte do animal tem uma majorante que pode ter um aumento de pena. Quando é TCO é uma pena alternativa, que pode ser cestas básicas e serviços comunitários. Isso vai depender do juiz”, explicou o delegado Samir Freire.

O delegado lembra, ainda, que em casos de maus-tratos aos animais, a população pode denunciar através do número (92) 98151-6925.

Entenda o caso

A cadela foi agredida na tarde do dia 13 dentro do campus da Ufam, na capital. Segundo Izaura Nogueira, aluna do curso de mestrado em engenharia, ajudou a prestar socorro ao animal que morreu quando era levada para passar por exame em uma clínica. A cadela foi levada para uma clínica, onde recebeu os primeiros socorros. Ela precisou ser transferida para outra clínica onde faria um exame. Pretinha não resistiu e morreu antes de chegar a segunda clínica.

“Essas duas pessoas estavam consertando o ar-condicionado do auditório da Faculdade de Tecnologia. A pretinha era uma cadela adulta abandonada. Quando eles passaram a pretinha acordou, se assustou e rosnou para um deles. Só que não foi nada, não apresentava perigo. Ele voltou, pegou uma chave inglesa e arremessou com brutalidade contra o animal. Na hora, deu para perceber que ela tinha quebrado alguma coisa”, disse Izaura.

“Pretinha” era conhecida por alunos da Ufam. “Ela era dócil, nunca agrediu ninguém. Era muito querida pelos alunos, tratada a pão de ló. Ela não estava abandonada na Ufam, ela era cuidada”, disse a estudante.

A empresa prestadora de serviços disse que afastou os funcionários para apuração dos fatos. Por meio de nota, a instituição de ensino informou que apura o ocorrido: “A Ufam lamenta profundamente o caso e não tolera ou concorda com quaisquer práticas de violência contra animais. A Universidade reitera o seu compromisso institucional de preservação do meio ambiente, respeito e convivência harmoniosa entre todos que habitam os seus espaços”.

Depois do caso, uma reunião foi realizada com objetivo de viabilizar a implantação de um Programa de Proteção Permanente aos Animais Domésticos e Silvestres que vivem na área do campus da Universidade Federal do Amazonas. Um protesto também foi realizado contra morte da cadela e violência sofrida por animais.

Alunos fizeram manifestação contra violência aos animais (Foto: Indiara Bessa/G1 AM)

Por Adneison Severiano

Fonte: G1

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