Ursa que arranhou uma mulher nos EUA é assassinada; ativistas consideram decisão uma tragédia
A ursa que arranhou uma mulher durante um incidente em Simsbury, Connecticut, em 1 de junho, foi assassinada pela polícia ambiental estadual, uma decisão que os defensores de animais estão chamando de “tragédia”.
Dennis Schain, porta-voz do Departamento de Energia e Proteção Ambiental do Estado (Department of Energy & Environmental Protection – DEEP), disse que a ursa foi morta pouco depois do incidente envolvendo uma mulher.
Uma mulher e seu cachorro estavam caminhando pelas trilhas do parque Simsbury Town Forest Park quando chegaram a uma esquina e encontraram a ursa. O animal ficou assustado com o cachorro da mulher, o que fez com que ele fosse para cima dela, arranhando-a conforme ele correu, disse a polícia de Simsbury no último dia 7.
Schain disse que a ursa tinha um colar rastreador que havia sido colocado por cientistas estaduais anteriormente. A equipe do DEEP utilizou a localização desse colar rastreador para encontrar o animal e matá-lo, disse Schain.
Agora, os defensores dos direitos dos animais estão chamando essa decisão de uma “tragédia”.
“É uma tragédia que esta mãe ursa tenha sido morta, e ainda mais doloroso é que seus jovens filhotes, que dependeriam da sua mãe por até 18 meses, provavelmente morrerão por conta de predadores ou de fome”, disse Annie Hornish, Diretora Sênior da Humane Society dos EUA no Estado de Connecticut, em um comunicado no início do mês.
“Os ursos negros são criaturas altamente sensíveis e orientadas para a família, características essas que são muito valorizadas pela maioria dos americanos. Devemos nos esforçar para melhorar a coadaptação para viver com eles e recriar conscientemente seus últimos habitats remanescentes”, disse Hornish.
Schain disse que a decisão de matar a ursa foi tomada porque seu comportamento foi considerado agressivo, sendo considerado um problema de segurança pública.
“A população de ursos em Connecticut está definitivamente crescendo e se expandindo em variedade”, acrescentou Schain, explicando que Simsbury era uma das localizações com os maiores avistamentos de ursos no estado.
A mulher arranhada pelo animal recusou tratamento médico na cena do incidente e não exigiu hospitalização, disse Schain.
Por Lucas Ropek / Tradução de Ana Luiza Cassin
Nota do Olhar Animal: É vergonhosamente comum que humanos considerem que os animais não humanos tem deveres morais, estupidamente responsabilizando-os por seus atos a ponto de condená-los à morte e a uma execução sumária da pena, mas não reconheçam seus direitos fundamentais (como o direito à vida) e os seus próprios deveres de tutela em relação aos bichos. Não se faz justiça punindo os animais, o que ocorreu foi uma mera, incoerente e moralmente indefensável vingança. Infelizmente, não são poucos os que confundem os dois conceitos.
E mais uma vez a tecnologia (colar rastreador) que deveria ter sido usada para proteger um animal é usada contra ele…