Vereador de Barueri (SP) repudia STF sobre uso de animais em rituais religiosos

Vereador de Barueri (SP) repudia STF sobre uso de animais em rituais religiosos
Silvio Macedo, de Barueri, espera que sociedade se organize e reverta decisão da Suprema Corte. (Foto: Divulgação)

Em sua participação nesta terça-feira, na Câmara de Barueri, o vereador Silvio Macedo (DC), repudiou a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a constitucionalidade sobre o sacrifício de animais em cultos religiosos. De acordo com o parlamentar, a situação preocupa porque o amor e o carinho pelos animais vem crescendo dentro da sociedade.

“Num momento em que a humanidade vem sofrendo tanto com a depressão, é sabido que os animais, em muitos casos, conseguem apenas com suas presenças dentro das casas, reverter essa doença e as pessoas se sentem mais amparadas e acolhidas”, argumentou Macedo.

Segundo ele, há uma necessidade de respeitarmos os animais. “Essa decisão do STF realmente me causou indignação, surpresa e eu desejo manifestar o meu repúdio contra essa posição. Espero que a sociedade possa se organizar de alguma maneira para reverter essa decisão”, afirmou. O posicionamento do STF foi manifestado, no final do mês de março, quando a Corte teve que emitir parecer sobre um recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra uma decisão do Tribunal de Justiça gaúcho que autorizou a prática em relação a religiões de matriz africana, desde que sem excessos e crueldade.

O julgamento do caso começou em agosto do ano passado. O relator, ministro Marco Aurélio Mello, votou a favor do sacrifício dos animais nos rituais de todas as religiões, não apenas as de matriz africana. Todos os ministros seguiram o mesmo entendimento. Na ocasião, entretanto, Marco Aurélio condicionou o abate ao consumo da carne do animal, enquanto os demais não. O ministro Alexandre de Moraes pediu vista na oportunidade e o julgamento aconteceu logo depois que ele emitiu sua opinião sobre o caso. “O ritual não pratica crueldade. Não pratica maus-tratos. Várias fotos, argumentos citados por alguns amicicurie (amigos da Corte), com fotos de animais mortos e jogados em estradas e viadutos, não têm nenhuma relação com o Candomblé e demais religiões de matriz africana”, afirmou o ministro.

Por Júlio Rezende

Fonte: Webdiario


Nota do Olhar Animal: Diferentemente do que diz o parlamentar, a situação do abate de animais em rituais preocupa não pelo “amor e carinho” que vem crescendo na sociedade e sim porque fere os interesses dos animais, de seres sencientes. Ele acerta em contestar a decisão, mas erra em levar em conta apenas os interesses humanos. Para um animal é ruim sofrer ou morrer independentemente do que sintam os humanos por ele.

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