Adoções de animais em abrigos reduzem durante pandemia da Covid-19 em Fortaleza, CE

Adoções de animais em abrigos reduzem durante pandemia da Covid-19 em Fortaleza, CE
Athena, de 4 meses, foi adotada em Fortaleza — Foto: Foto: Arquivo Pessoal

Abrigos de animais em Fortaleza têm enfrentado efeitos da redução da procura por adoção, bem como da diminuição nas doações de alimentos durante a pandemia do novo coronavírus. Neste mês, a ONG Anjos da Proteção Animal contabilizou somente quatro adoções, quando a média mensal costumava ser de dez a 15. Além desse, os projetos Causa Pet e Amigos da Casa Verde encaram outro problema: o aumento do abandono de animais nas portas dos abrigos.

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) registra 6.726 casos confirmados do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no estado e 390 mortes em decorrência da doença. Os dados foram divulgados por meio da plataforma IntegraSUS às 14h28 desta segunda-feira (27).

“Acreditamos que essa redução ocorre pelo fato de as pessoas não quererem ter contato, e pelo medo de não poderem dar os cuidados necessários. E o abandono aumentou, muitas pessoas nos procuram pedindo que a gente pegue seus animais, alegando que ficaram desempregadas e não têm mais condição financeira de mantê-los”, afirma a coordenadora dos dois projetos, Lindoneide Rocha.

Para ela, a falta de ração é um dos maiores desafios enfrentados pelos lares. “São aproximadamente 1.000 kg de ração necessários por mês, e com o período de chuva nossa necessidade por medicamentos para cuidados com a pele dos animais aumenta”, acrescenta.

A coordenadora municipal de Políticas de Proteção e Bem-Estar Animal, Toinha Rocha, afirmou que ações de auxílio dos animais têm sido realizadas durante a quarentena, como a distribuição de ração nos pontos de abandono. Além disso, declara que a Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) deve comprar 24 toneladas de ração para serem distribuídos em Lares Temporários, em abrigos e, também, em pontos de abandono.

Segundo a presidente da ONG Anjos da Proteção Animal em Fortaleza, Stefani Rodrigues, a organização tem tido poucas doações sociais, e a maior parte dos gastos é paga com o próprio dinheiro. “Nós estamos enfrentando algo inédito, porque antes as pessoas eram mais solidárias. Hoje, elas têm medo até que a gente vá para as suas portas retirar comida, doações. Está muito complicado”, finaliza. 

Adoção
 
Apaixonada desde criança por animais, a estudante de medicina veterinária, Sami Abreu, 19 anos, procurou a ONG Anjos da Proteção Animal para adotar, na última sexta-feira (24), a cachorrinha Athena. A decisão de buscar uma nova companhia foi tomada após a morte de seu pitbull, que trouxe muita saudade para a família e, principalmente, para sua outra cachorrinha.

“Ela ficou uns dias sem comer. Não queria brincar, só passava o dia deitada. Foi aí que eu e minha família resolvemos adotar um cachorrinho”, diz. Foi a primeira vez que Sami adotou um cachorro em abrigo, e, apesar de completar apenas três dias nessa segunda-feira, já percebe mudanças dentro de casa trazidas pelo animal. “Pode até parecer besteira para algumas pessoas, mas eu realizei um sonho, em ter adotado”, compartilha.

Serviço
 
APA Fortaleza

Por Beatriz Rabelo

Fonte: G1

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